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Sexta-feira agitada

CENA 1: Não houve tempo. Foi uma fração de segundos. Quando olhei, ele já estava apontando prá mim e... "BUM!". Aquele frio na espinha, os olhos se fecham por reflexo.

CENA 2: Tudo em volta está fechado. Grades e mais grades. Quase não é possível respirar. Os policiais controlam todos o movimentos. É melhor não fazer nada bruscamente. O tom verde das grades não tem nada de patriótico com o tom amarelo do uniforme de presidiário.

Vivi estas duas cenas na manhã de ontem. Não, não se preocupem. Não levei um tiro e muito menos fui preso. As cenas acima são fruto da minha primeira audiência oficial no Tribunal do Júri, como estenotipista, função que ocupo há quase um ano. Porém, como atuo na área cível, o clima geralmente é outro. Há os casos de família, às vezes constrangedores, mas nada se iguala às audiências criminais.

Antes, é interessante entender como funcionam os casos que vão a júri popular:
Em primeiro lugar, só vão a júri popular, os casos de crimes dolosos contra a vida em que presume-se que o réu seja culpado: homicídio; induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio; infanticídio; e aborto.
O procedimento tem início quando o Juiz emite a pronúncia. No Brasil, o Tribunal do Júri é composto pelo Juiz, que preside o julgamento, e por sete jurados, que são sorteados dentre 21 convocados. O Promotor de Justiça senta-se ao lado do Juiz, a acusação em ângulo reto à mesa do Juiz e o réu de frente para o corpo de jurados.
O início dos trabalhos dá-se com o interrogatório dos réus. Logo após, o Juiz faz um relatório do processo e, em seguida, começa a fase de leitura de peças e apresentação de outras provas, como fotos, vídeos ou gravações de áudio, geralmente o que demora mais. Na seqüência, são ouvidas as testemunhas, primeiro as da acusação e depois as da defesa.
A próxima fase é chamada Debate. Promotor de Justiça e Defesa têm duas horas, cada um, para falar. Depois, é dada meia hora de réplica ao Promotor e mais meia hora de tréplica à defesa.
Após os debates, o Juiz faz a leitura e explicação dos quesitos ao júri, ou seja, explica os questionamentos a serem respondidos a partir das teses da acusação e da defesa e de cujos votos (sempre sim ou não) sairá a solução do caso. Os jurados se reúnem na chamada sala secreta para definir os votos. O advogado e o Promotor acompanham o grupo, para dar esclarecimentos em caso de dúvidas, não sendo permitido a troca de impressões. Os jurados ficam incomunicáveis o tempo todo do julgamento. Se passar de um dia, ficam isolados em acomodações oferecidas pelo Poder Judiciário, sob vigilância de oficiais de Justiça, sem poder ter qualquer contato com o meio externo (telefone, rádio, TV, revistas, jornais, Internet, etc).
Quando todos os jurados definem seus votos, voltam novamente à presença do Juiz, que recebe a decisão do conselho de sentença. Nesses casos, o Juiz sempre acata a decisão da maioria dos jurados, cabendo a ele apenas a determinação das penas. No Brasil, ao contrário de países como os Estados Unidos, o júri não precisa de uma decisão unânime.
Dada a sentença, promotoria e defesa podem recorrer ao Tribunal de Justiça, que anula ou confirma a decisão. Pode então ser marcado um novo julgamento. Caso o réu seja absolvido uma vez, julgado de novo e novamente absolvido, não há mais como recorrer (Saiba mais sobre o tema).

A Cena 1 ocorreu quando uma vítima, ao prestar seu depoimento, contou como o amigo foi morto em um crime absurdo, ocorrido em 1994. A testemunha levantou-se da cadeira, fez o gesto de mirar com uma arma e usou este pobre estenotipista como "alvo" para demonstrar o que acontecera. Juro que deu prá sentir o que aconteceu naquele dia, há 13 anos atrás.
A Cena 2 ocorreu logo após serem ouvidas as testemunhas, durante o intervalo, quando fui colher a assinatura do acusado na carceragem do Fórum Criminal. O lugar é claustrofóbico, assustador. Deu prá se ter uma vaga idéia de como são as instalações penitenciárias. Por outro lado, dava para perceber o quanto a privação da liberdade pode alterar a vida de um ser humano.
Além de tudo, é impossível imaginar como todos os nossos atos têm conseqüências. A vida de duas famílias (no mínimo) foi totalmente alterada em uma madrugada. Uma vida foi ceifada, uma pessoa gravemente ferida e um jovem de 18 anos, de classe média alta, ficou 11 anos fugindo da Justiça, carregando o peso de uma morte na consciência. Tudo sem uma razão ou justificativa aparente. Fatalidade, imprudência e falta de juízo.

O Reino e o Poder

Ainda sobre a Piauí. Não consegui terminar de ler. Mas, li a matéria do jornalista Sandro Vaia, Detrás das dunas do Estadão. Mais do que um depoimento histórico é um desabafo, com detalhes sobre os bastidores do jornal O Estado de São Paulo após o crime do jornalista Antonio Pimenta Neves, até então o diretor de redação do periódico.
Vale a pena. Mostra o quanto a preocupação com o financeiro interfere na qualidade jornalística. E o quanto é importante inovar, mas sem jogar fora a experiência do passado.
Depois de 37 anos no Grupo Estado, Vaia conta como o jornal reagiu ao assassinato da jornalista Sandra Gomide (por Pimenta Neves), ao atentado de 11 de setembro, ao acidente com o avião da Gol e tece seus últimos parágrafos com a sua saída, prevista e, ao mesmo tempo, abrupta, depois de modernizar o Estadão que, segundo ele, era um jornal "que tinha medo de errar".
Leia mais sobre a saída de Vaia no Portal da Imprensa e entrevistas do jornalista para a Revista Consultor Jurídico (agosto/2005) e para o Observatório da Imprensa.

É hoje
Às 20 h estréia o novo canal: Record News.

Ontem ou hoje?
De vez em quando paro na frente de uma banca e comparo as primeiras páginas. Resquícios do processo acadêmico, que engessa os procedimentos, lembrei de uma das "leis" do jornalismo, segundo a qual uma manchete sempre deve estar no tempo presente. Mesmo que um avião tenha caído ontem, a manchete deve ser: "Avião cai na mata".
Lembrei disso porque o Jornal da Tarde usou como manchete principal da primeira página: Jogamos nos caça-níqueis. É fácil. À primeira vista, fiquei impressionado, pois o verbo jogar estaria no passado, embora seja equilibrado com uma segunda frase (o que é raro, também) no presente. Porém, pensando um pouco, percebi que a terceira pessoa do verbo jogar é igual no passado e no presente. Ou seja, a não ser por aquele que bolou a manchete, é difícil definir se a frase está no passado ou no presente.

Lua-de-mel
Mulher de 82 anos e seu noivo de 24 querem conhecer o Rio. O casamento será amanhã, na cidade argentina de Santa Fé. (Fonte: G1)

Capas da Semana
A capa do JT, inicialmente, seria a Capa da Semana. Mas, foi duplamente desbancada por uma mesma notícia. Primeiro, pelo destaque do jornal carioca Extra, com a manchete: Bebel leva o governo a montar esquema para evitar apagão. Detalhe: O jornal pertence às Organizações Globo...
A segunda capa é do correspondente "global" paulista do jornal Extra, o Diário de S. Paulo, que também destacou a importante notícia: Governo teme apagão por causa de Bebel e Taís.

Que susto!

Desculpe a minha falha!!! Coloquei que hoje seria o início das transmissões da Record News, mas foi um equívoco da minha parte. Descobri agora a pouco, quando coloquei no canal e percebi que ainda estava na programação da Rede Mulher. Minha primeira reação foi: "Não eram 24 horas de notícia???".
Verificando melhor, descobri que a transmissão começa a partir das 20 h desta quinta-feira (27/09). O canal promete notícias 24 h, com a novidade da transmissão em sinal aberto, em São Paulo pelo canal 42 UHF. Também estará nas TVs a cabo: NET Digital - 93; e TVA - 20. A estréia será com uma entrevista exclusiva com o Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva.
Também coloquei que, ao contrário das concorrentes Globo News e Band News, o novo canal não dispunha de espaço na Internet. Outro engano, culpa deste refém do Google - embora tenha pesquisado no próprio site da Rede Record e não encontrei nada a respeito. Mas, no jornal de hoje, um anúncio indicou o endereço do site: http://www.recordnewstv.com.br, muito embora, até esse momento, o conteúdo seja zero. Tem mais material no Blog da Record News do que no próprio site.

Voz de peso

Já ouviu falar em Noriel Vilela? Não? E Funk Como Le Gusta (ou FCLG)? Ah! Melhorou um pouco? É, esta é aquela banda da música de um comercial de cerveja... Não sabe ainda? Então entre lá no site, que foi remodelado e está muito legal.
Esta semana, no DoxaBrasil Online você vai curtir duas versões do clássico 16 Toneladas, versão brasileira para uma canção pop-country-folk da década de 40, a Sixteen Tons, de Ernie Ford e Merle Travis.
A primeira versão que você ouve é um verdadeiro clássico dos clássicos. Nos primórdios do sambalanço ou, para outros, do samba rock, o vozeirão do Noriel Vilela é um show à parte. Nos anos 60, Vilela integrou o conjunto Cantores de Ébano, seguindo carreira solo, em 1968, com seu primeiro - e único - álbum: Eis o "Ôme', de onde saiu esta versão.
Na sequência, uma versão mais "moderninha" do FCLG, banda paulista que começou a tocar no final da década de 90. No vocal, o trompetista Reginaldo 16 (será que eu preciso explicar de onde vem o apelido "16"???), figuraça que está na foto abaixo, que eu tirei em um show da banda no Bar Avenida, em dezembro de 2004.

É isso aí! Curta a poesia e...
Sente este samba quente
Que é muito legal
É super pra frente
É bem genial
Embalo como este
Só quem vai curtir
Quem não se machucar
Quando deixar cair
Por isso vem
, vem
Embale na nossa
Este balanço
Tira qualquer u
m da fossa
Ele é um barato e é da pesada
Esse é o famoso 16 toneladas

Eu bolei o ano int
eiro
Este samba pra frente
É gostoso paca
É um samba decente
Segure esta conversa
Segure a jogada
Quem não gosta de samba

Não gosta de nada
E é curtição
No samba empolgado
É o meu flamengão
Num estádio lotado

Turma da pesada
Que segura a parada
Esse é o famoso 16 toneladas

Sente este samba quente
Que é muito legal
É super pra frente
É bem genial
E
mbalado como este
Só quem vai curtir
Quem não se machucar
Quando deixar cair
Por isso, vem, vem
Embale na nossa
Este balanço
Tira qualquer um da fossa
Ele é um barato e é da pesada
Esse é o famoso 16 toneladas

Eu já dei o meu recado
Agora vou me mandar
Vou refrescar a cuca
Pra poder incrementar
Porque cuca cansada
Só da confusão
Onda de pirado
Deixa a gente na mão
Por isso vem, vem
Quem vai me encontrar
Agora estou na minha
Pois estou devagar
Já disse o que queria a toda rapaziada
Ai, oh... É o 16 toneladas

Dica
Hoje à noite, no Bourbon Street Music Club, a versão mensal - ao vivo - do Sala dos Professores Buchanan's receberá o pianista, saxofonista, clarinetista e arranjador Paulo Moura. A apresentação é de Daniel Daibem e o programa também será transmitido pela Rádio Eldorado FM.

Desvirtualizar é preciso!

Bloguear ou blogar? Como podemos conjugar esse verbo? Bom, deixa prá lá. Na verdade, hoje quero escrever um pouco sobre minha alegria e minha tristeza sobre os blogs.

Em primeiro lugar, é fantástico este espaço, que permite que eu jorre minhas idéias, minhas dicas, minhas imagens, governado apenas pela auto-censura. Sem precisar falar aga-te-eme-lês (embora ajude um pouco, se souber), mas apenas digitando letras, que formam palavras, que formam frases, que expressam (ou tentam) expressar o que eu sinto, o que eu penso. Mais fantástico ainda é poder ler e ver o que outras pessoas colocam em seus blogs. Sobre tudo. Sobre nada. Sobre cinema, teatro, cultura em geral, jornalismo. E até sobre como foi o encontro com o namorado ontem à noite...

Mas, como prometi um outro lado, esta semana fiquei triste ao blog(ue)ar. Porque, ao percorrer alguns blogs costumeiros, percebi que tenho deixado de lado o contato pessoal, permitindo que o virtual domine. Como sempre, dei uma passada pelos blogs do meu amigo padeiro Léo e da venenosa Janaína. Estes foram dois dos poucos e bons amigos que fiz nos tempos da faculdade. O mais engraçado é que nem eram da minha turma e nem do meu campus!!! Mas, faziam jornalismo na mesma instituição que eu e, na época, eu era editor-chefe do jornal laboratório e tentava encontrar pessoas com idealismo, ética, compromisso e talento, para colaborar comigo. Os dois tinham tudo isso. Pena que o jornal, digamos, não tinha alguns desses requisitos. A frustração levou-me a abandonar o barco depois de quase um ano de árduo trabalho. Mas, desabafos à parte, já faz quase um ano que saí da faculdade. E faz mais tempo ainda que não vejo o Léo ou a Janaína pessoalmente. Sei um pouco sobre eles, atualmente, pela leitura dos seus blogs. E, percebi que o errado é pensar que só isso basta. Não! Não basta! É preciso mais do que isso. É preciso toque, é preciso olhar, é preciso ser humano. Afinal, moramos tão perto e, ao mesmo tempo, tão distantes.

Por isso, espero que, se você se diz ou se acha meu amigo, não fique só pelo virtual. Me ligue, vamos marcar alguma coisa, um café, um chopp, nem que seja um suco de laranja ou um copo de água sem gás!!! Mas, não vamos nos reduzir a bits e bytes. Que o blog seja uma ponte, um apoio e não um meio em si mesmo.

Dicas

Hoje é o Dia Mundial Sem Carro. Gostaria muito de apoiar essa idéia, mas em um sábado e com quatro crianças (duas com 2 anos) os meios de transporte existentes não são nada confortáveis. Exceção do metrô (quando não está lotado, claro). É difícil subir em um ônibus e sentar rapidamente antes do motorista partir com a delicadeza peculiar. De qualquer forma, minha consciência está limpa, pois sempre dei preferência em utilizar o "táxi-sola".
Essa data foi criada em 22 de setembro de 1998, com a adesão de 35 cidades francesas, e rapidamente se estendeu para toda a União Européia. Hoje, no mundo todo, quase 2 mil cidades participarão do projeto. Ontem o Guia do Estadão publicou uma matéria interessante sobre como andar a pé na cidade de São Paulo.

O SBT exibe, às 0h15, o filme Confissões de Schmidt, com Jack Nicholson e Kathy Bates.

Parabéns prá você, prá mim, prá Piauí!

A revista Piauí vai completar um ano de existência. Confesso que me mantive distante dela durante todo esse tempo. E confesso, também, que foi por puro preconceito, uma vez que não imaginava o que poderia dar uma publicação fruto da união do Grupo Abril com o cineasta João Moreira Salles.
Mas, não resisti e comprei o exemplar de número 12 (Setembro). Publicada pela Editora Alvinegra (RJ), a revista tem como diretor-responsável, o publicitário Enio Vergeiro. A proposta inicial seria um tipo de "new journalism" ou o chamado jornalismo literário, recheado com crônicas, perfis e ficção.
À primeira vista, agradou. Muito embora, tenha um perfil elitista, já que muito do perfil de uma revista está nos seus anúncios. Itaú Personalité, Aracruz, Vale do Rio Doce, Ray-Ban são alguns deles. Mas, pasmem (!), têm até um anúncio da edição especial de Caros Amigos!!! Aliás, o tamanho da Piauí é muito semelhante a da Caros Amigos, porém com uma qualidade fotográfica de impressão muito melhor. Só a diagramação que achei meio "quadradona": quatro colunas praticamente em toda a revista.
Porém, para conhecer bem a revista, é necessário tempo. Muito tempo! No meu trajeto de metrô "Palmeiras-Barra Funda - Sé" não consegui finalizar nem uma matéria. E fiquei ansioso por chegar ao final. Por isso, já achei bom. Em tempos de notas telegráficas e textos superficiais, a Piauí surge com bastante conteúdo. Sobre a qualidade? Escrevo assim que terminar de ler...


Rapidinhas...

Notícia banguela
Não sei o que é pior. A notícia ou a publicação dela... Saiu no Estadão. No edital para concurso da Guarda Municipal do Rio saiu que "é considerado inapto para a função o candidato que tiver menos de 20 dentes - 10 na arcada superior e 10 na inferior".

Não jogue dinheiro fora
Desculpe, mas vou na contra-mão dos leitores que se rasgaram em elogios à Revista da Semana, da Editora Abril. Aliás, a nota da edição desta semana afirma que não haverá mais página das cartas dos leitores na edição impressa, que aparecerão apenas na Internet.
Com o mesmo nome de um semanário político brasileiro editado entre 1900 e 1962, no final de agosto passado, a Abril lançou uma "nova" revista que é justamente o inverso de tudo que escrevi sobre a Piauí. Superficial ao extremo, não vale suas 42 páginas com tudo sobre nada e nada sobre tudo. Ainda mais, verificando-se que o acesso à edição digital é livre.

Na faixa
Já que o assunto é economia, os leitores assíduos da versão digital do The New York Times não precisarão gastar mais US$ 49,95 por ano ou US$ 7,95 por mês para utilizar s serviços do TimesSelect. Segundo a Gazeta Mercantil, o jornal "anunciou ontem que não cobrará mais pelo seu serviço de internet TimesSelect, tornando gratuito o conteúdo do jornal e das notícias vinculadas em seu portal, inclusive opiniões de colunistas e todo seu arquivo, datado desde 1987".

Bodas de Prata
Neste mês, completou 25 anos o jornal estadunidense USA Today. É interessante observar que este jornal não pertence a um grupo familiar, mas sim ao grupo Gannett, proprietário da maior cadeia de jornais dos EUA, que teve seus primórdios nos idos de 1906, com Frank Gannett.
O USA Today é considerado o jornal mais vendido nos EUA, com um público estimado de cinco milhões de leitores diários. Segundo o Observatório da Imprensa, "o objetivo original do fundador Al Neuharth, de um 'jornalismo de esperança', ou seja, de ênfase nas boas notícias, modificou-se com o passar do tempo, mas não foi abandonado. Nos primeiros anos do USA Today, Neuharth ainda exigia que a cobertura refletisse a diversidade; desta forma, mulheres e minorias tinham de estar diariamente em destaque na primeira página. Hoje, esta norma foi atenuada, mas não eliminada. (...) A média de idade dos leitores do diário é de 10 anos a menos que os de outros jornais".

Capa da Semana
A capa desta semana vai para o jornal aniversariante, USA Today:

Onde você pensa que vai?

A música desta semana no DoxaBrasil Online vem dos anos 70. Where do You think You're going? foi gravada no segundo álbum do Dire Straits, Communiqué (1979). A banda, liderada pelo então jornalista e músico escocês Mark Knopfler, nasceu em 1977 e teve seu fim em 1995, quando Knopfler decidiu seguir apenas a carreira solo.
Alguns dos sucessos da banda foram: Sultans of Swing; Portobelle Belle; Romeo and Juliet; Walk of Life; Brothers in Arms; e Money for Nothing.

Dica
Hoje, Leo Cavalcanti estará em São Paulo, no Grazie a Dio, a partir das 23 h.
Rua Girassol, 67 - Vila Madalena (Couvert Artístico: R$ 15,00)

Lo(u)cações

A maravilha da tecnologia digital fez com que se simplificasse (ao menos um pouco) a arte do cineasta. Muito embora, ao meu ver, a arte do cinema esteja muito ligada à fotografia, ao efeito da quantidade de quadros por segundo, etc. e tal. Tudo bem que muitos vão falar que o cinema captado digitalmente está para o cinema, digamos, artesanal, como o CD está para o disco de vinil e, o tal do espectro de frequências que se perdem, só são audíveis para aqueles que viveram avidamente o século recém-passado. Então, eu jogo a toalha. Mas não deixo de guardar meus "bolachões" prá tocar num toca-disco (se preferirem, pick up) Sharp...
Mas, voltando ao assunto, graças ao advento da câmera digital, o trabalho de filmagem tornou-se menos trabalhoso. Já fiquei em um set de filmagem, em uma parte do último filme do Marcelo Masagão, Otávio e as Letras, que foi exibido em Gramado e provavelmente chegue ao circuito no início do ano que vem. E hoje, voltando do almoço, não contive a curiosidade e assisti um pouco da gravação de cenas de um filme. As locações foram no centrão paulista.
Já havia muitos curiosos de plantão e eu não estava entendendo nada, afinal as aglomerações são comuns no centro de São Paulo. Mas o que me chamou a atenção foi um padre fumando e acendendo o cigarro de um camarada maltrapilho. Aí eu parei mesmo. Será uma manifestação? Não, já vi alguns cabos e câmeras digitais circulando e não eram câmeras de emissoras de TV. Então, será que é um comercial? Outros falavam que era cena de novela. Para não ficar na dúvida, fui perguntar.
Era a gravação de cenas para o filme Sem Fio, de Tiaraju Aronovich e Vaner Micalopulos. E, se não me engano, o tal padre era o ator Manoel Lima (foto acima). O filme é produzido pela Reticom Filmes e Escola de Cinema. Além do site oficial, tem também um blog do filme.
Vote em mim
Inscrevi o DoxaBrasil no concurso The Best of the Blogs (The BOBs). Modéstia à parte, conto com seu voto!

Sede de leitura

Em um país carente de boa literatura contemporânea, a Thomas Nelson chega às prateleiras das melhores livrarias, com um catálogo de ótimas publicações. Ontem, na Saraiva Megastore do Shopping Morumbi, o público teve oportunidade de conhecer pessoalmente o autor americano Ed Gungor, que escreveu o livro Muito Além do Segredo. Na mesa de debates, o teólogo brasileiro Ed René Kivtz. Saiba mais sobre este evento, no blog da Confraria.
Além do livro de Gungor, um dos últimos lançamentos da Thomas Nelson, é Os Evangelhos Perdidos. Se você se considera um cara de sorte, aproveite que esse mês meu amigo Luis Fernando vai sortear alguns exemplares desse livro, através do seu blog: Check List para viver o Cristianismo hoje.

"O Segreso é baboseira"

Mais de cem pessoas estiveram ontem à noite na Saraiva Megastore do Shopping Morumbi, participando do debate sobre a Lei da Atração e O Segredo, livro organizado por Rhonda Byrne.
Para esquentar o bate-papo, esteve presente o americano Ed Gungor, autor do livro Muito Além do Segredo, lançado pela editora Thomas Nelson Brasil. No livro, o escritor faz uma análise do livro de Byrne, sob a ótica cristã. Para compor a mesa, foi convidado o xará de Gungor, o teólogo brasileiro Ed René Kivitz, cuja opinião (uma delas...) sobre O Segredo está expressa no título deste post. Mediando o tiroteio, ou melhor, a conversa, estava o jornalista, blogueiro - e nosso confrade - Sérgio Pavarini, do PavaBlog, com suas perguntas sempre "cabeludas"...
Foi muito interessante assistir a desconstrução de um mito, ainda mais quando este mito encontra-se há muito tempo na lista dos mais vendidos nos EUA e no Brasil. Alguns olhares e alguns "oh!" e "nossa!" foram ouvidos na platéia, principalmente nas palavras do incisivo Ed "brasileiro", afirmando que a tese da Lei da Atração vai totalmente contra à base judaico-cristã do conceito da espiritualidade e do divino e é só mais um livro de auto-ajuda como qualquer outro do gênero. Claro que alguns abafados "yes!", "é isso mesmo!", também puderam ser percebidos.
No mais, o tempo foi curto e o espaço pequeno, para conter as interrogações e as pernas cansadas dos que ficaram em pé mas, mesmo assim, agüentaram firme e atenciosamente até o final, pois o tema era envolvente e as idéias apresentadas, inquietantes e reflexivas.
Para quem quiser ter um gostinho do que foi a programação, ainda para esta semana o Pavarini promete publicar algumas questões levantadas pelo público e as respectivas respostas dos debatedores, no PavaBlog.

Dica
Se você quiser conhecer mais sobre as ótimas publicações da Thomas Nelson, aproveite o sorteio que meu amigo Luis Fernando vai fazer este mês no seu blog: Check List para viver o Cristianismo hoje. Desta vez, o prêmio será o livro Os Evangelhos Perdidos. Para saber mais, acesse o blog do Luis.

Brasil: De pernas bem abertas...

Na capa de ontem, duas manchetes em destaque.
Embora para matérias diferentes,
bem que poderiam ser sobre o mesmo assunto:
Da política para o esporte:
Dá um close...

ראש השנה

Feliz Ano Novo!
Não, eu não enlouqueci. Na verdade, ao pôr-do-sol de hoje, a comunidade judaica comemora o Rosh Hashanah, a entrada no ano 5768. Lendo algo sobre o assunto, descobri que amanhã (quinta - 13/09), a Comunidade Shalom realizará o serviço de Tashlich, às 16h, no Parque do Ibirapuera. O ritual de Tashlich é realizado no primeiro dia da Rosh Hashanah, nas vezes em que este não coincide com shabat. O costume indica ir até um lugar que tenha água natural corrente (lagos, rios ou mar) e peixes, com a finalidade de meditar, cantar e recitar alguns salmos, especialmente Miquéias 7:19, que afirma: “E jogarás (tashlich) teus pecados nas profundezas do oceano”.
Após o toque do shofar (espécie de trombeta de osso como o da foto acima), lançam-se migalhas de pão na água, simbolizando as faltas cometidas durante o ano que se encerra, que serão carregadas, simbolicamente, pela água, juntamente com as culpas. A água faz parte dos rituais judaicos de purificação, como nos os banhos de imersão, realizados em momentos e cerimônias especiais.
É interessante o período que precede o Rosh Hashanah até o Yom Kippur (Dia do Perdão) é o prazo para o judeu pedir perdão a todos e, também, perdoar. Só depois disso é que ele poderá dirigir-se a Deus, para clamar pelo perdão divino.
(Fonte: Texto adaptado da Comunidade Shalom)

Dica
O Segredo, hoje (12/09), às 19h30,
na Saraiva Megastore do Shopping Morumbi:

11 de Setembro

Há seis anos o mundo parava diante de cenas inexplicáveis. Mesmo quando foi constatado que se tratava de um ato terrorista contra os EUA, ainda assim era impossível tentar explicar como o ódio e a intolerância podem ser responsáveis pela morte e destruição.
Como hoje é dia de música nova por aqui, lembrei-me de uma música, fruto da parceria do Ivan Lins com o Vitor Martins, que fez parte do CD Anjo de Mim (1995), intitulada Bom vai ser.

Se a gente melhorasse
Se a gente cultivasse
O dom de olhar pra dentro
De repensar, de refletir
De escolher o caminho e seguir

Atrás do silêncio
Atrás da beleza
Atrás da ciência
Que nos dão a certeza
Do encantamento
E da obediência
À generosa natureza
Remoçando o ar, a brisa, o vento
A água toda que bebemos
E o verde que ainda temos

Bom seria
Bom vai ser

Ocupar os espaços

Depois de três dias de retiro neste feriado, li um trecho de O Evangelho Maltrapilho que resume um pouco o que significou este tempo:

Para o cristão, a segunda jornada começa normalmente entre os trinta e sessenta anos de idade e é acompanhada de um segundo chamado do Senhor Jesus. O segundo chamado convida-nos a uma reflexão séria sobre a natureza e a qualidade de nossa fé no evangelho da graça, nossa esperança no novo e nosso amor a Deus e às pessoas. O segundo chamado é uma conclamação a um compromisso mais profundo e mais maduro de fé, onde a ingenuidade, o primeiro fervor e o idealismo não-verificado do primeiro compromisso são temperados com dor, rejeição, fracasso, solidão e auto-conhecimento.
O chamado pergunta: Você realmente aceita a mensagem de que Deus está perdidamente apaixonado por você? Creio que essa pergunta esteja no cerne da nossa habilidade de amadurecer e de crescer espiritualmente. Se no nosso coração não cremos realmente que Deus nos ama como somos, se estamos ainda maculados pela mentira de que podemos fazer algo para que Deus nos ame mais, estamos rejeitando a mensagem da cruz.

Dentre o que foi falado nestes três dias, uma palavra do pastor Marcelo Gualberto ainda ecoa na minha mente e coração, referente à passagem em que Jesus ordena que Pedro lance as redes ao mar, o que, pela experiência dos pescadores, era ilógico. Mas houve uma ordem e a obediência a esta ordem produziu um resultado inesperado, maravilhoso e milagroso. Ou seja, a despeito de nossas desilusões e pisadas na bola, precisamos lançar as redes, ou como diz a música que estréia nosso PodCast, precisamos "ocupar os espaços".

Agora é o tempo
Jorge Rehder

Agora é o tempo
De fazer diferença
De mostrar as raízes
De quebrar as amarras
Ser igreja presente
Fazer parte da história
De encarar a miséria e mostrar compaixão

De avançar imbatíveis
Ocupar os espaços
De ter tudo a dizer
À nossa geração

Que da cruz brota vida
Que a esperança não falha
Que a Justiça não tarda
Que só em Cristo há salvação

Bravo!

Ontem, ainda conversava com um amigo sobre a questão das revistas. Brincava com ele que eu não lia mais a Veja (que ele estava folheando). Ele me perguntou: "Então o que você lê? Caros Amigos? CartaCapital?". Minha resposta foi que é impossível haver imparcialidade no jornalismo. Porém quando uma publicação é claramente tendenciosa e tenta camuflar isso (caso da Veja, Época e similares), para mim não vale a pena gastar dinheiro com isso. Então, não é que eu goste mais da Caros Amigos ou da CartaCapital, pois não concordo em alguns pontos com a linha editorial seguida por elas, muitas vezes excessivamente protecionista à esquerda. Porém, eu consigo definir com mais facilidade que tipo de jornalismo o Sérgio de Souza e o Mino Carta seguem e, assim, fica mais fácil filtrar, refletir e entender o que estas revistas escrevem.

Mas, este preâmbulo é para elogiar outra revista, a Bravo! - que só neste mês de agosto tive oportunidade de comprar e ler um exemplar com a devida atenção. Embora seja considerada uma revista "cult" (com o perdão da referência à concorrência), gostei muito do estilo, das reportagens, da qualidade do papel e das fotos. É um todo que a torna, realmente, uma publicação diferente no meio de tantas mesmices. Embora eu tente reduzir um pouco o volume de compras literárias, pois não há tempo hábil para ler tudo que eu adquiro, com certeza a Bravo! entrou no rol de revistas para as quais darei mais atenção daqui para frente.


Em tempo
1. Fraquinho o Provocações de ontem. O Abujamra não pegou pesado e ficou uma conversa de cavalheiros, centralizando o assunto em temas já conhecidos e discutidos sobre Hugo Chávez e, claro, ficando as revelações para quando o Bob Fernandes lançar a biografia do atual presidente da Venezuela.
2. Excepcionalmente, não publicarei o post de sábado, pois estarei literalmente no meio do mato, muito embora o local escolhido para este feriado tenha luz elétrica e até ponto de Internet. Mas, a princípio, vou tentar abstrair um pouco da tecnologia nos próximos três dias.

Não provoque

Hoje, às 23h00, vai ao ar o programa 336O do Provocações. O entrevistado (ou seria "vítima"...) de Antonio Abujamra será o jornalista Bob Fernandes.
Fernandes tem mais de 25 anos de profissão e já passou por redações como as da Rádio Jornal do Brasil, Veja, IstoÉ e Folha de S. Paulo. Participou dos primórdios da CartaCapital, de onde saiu no final de 2004. Recentemente, cobriu a Copa América 2007, através do Blog Fernandes, publicado no Terra Magazine, que está sob sua responsabilidade.
No programa de hoje, o jornalista vai falar a respeito da situação da América Latina e de seu último trabalho em andamento: a biografia de Hugo Chavez.
O Provocações vai ao ar pela TV Cultura.

Multisonoridade

O homenageado desta semana começou a estudar piano aos cinco anos. Nascido em 05/12/44, também estudou flauta, clarinete e violão. Além de multi-instrumentista, compositor e arranjador, o brasileiro Egberto Amin Gismonti é um dos responsáveis por construir uma ponte entre a música erudita e a popular, entre o final da década de 60 e início de 70 do século passado, além de trazer criatividade e originalidade em suas composições.
A música que você ouve essa semana no DoxaBrasil Online é O gato, do primeiro trabalho gravado por este músico, que recebeu o título de Egberto Gismonti (1969). É a faixa 1 do lado 2 (a capa do disco está reproduzida ao lado - esses dados vão especialmente para alguns amigos...).
Esta primeira gravação veio depois que Gismonti chamou a atenção do público e da crítica, em outubro de 1968, com a música O Sonho, em um festival da TV Globo do Rio. Ainda neste ano, ele foi para a França, onde ficou até 1971, oportunidade em que estudou música dodecafônica com o mestre Jean Barraqué.
Saiba mais sobre Egberto Gismonti e assista uma de suas memoráveis performances:

Ufa!

Hoje o dia rendeu... Como meu site ficou praticamente abandonado depois que comecei a blogar, resolvi migrar algum material interessante aqui para o DoxaBrasil.
A partir de hoje você vai poder conferir algumas das minhas entrevistas e matérias. Você pode clicar diretamente aqui para ver todas reunidas ou escolher qual a de sua preferência (também ficará em BlogLinks, na coluna da direita):



Além das entrevistas e matérias, você pode ainda conferir:

Minha Videoteca Jornalística
Naftalina - Uma viagem ao passado
Meu Currículo

Como em toda mudança, pode ser que ainda haja necessidade de algum ajuste/acerto. Conto com sua ajuda também! Se encontrar alguma coisa errada, algum link quebrado, entre em contato.

Qual sua graça???

Pois é... Há várias formas de perceber que o tempo passou. Uma delas é pelo uso - e desuso - de algumas expressões.
Por exemplo, outro dia uma pessoa ligou errado no meu serviço e, quando fiz a identificação, ela respondeu: "Desculpe, disquei errado". Imediatamente lembrei-me do telefone preto que tinha na casa da minha avó, com seu disco e números, idêntico ao da foto ao lado. Naquela época não se falava em "teclar" ou se a linha era "pulso" ou "tom"! E, marco da segurança, dava até para colocar cadeado no disco, para impedir ligações.
E, essa semana, também no serviço, um funcionário da empresa telefônica veio fazer uma instalação, eu me prontifiquei a ajudá-lo no que fosse preciso e ele perguntou: "Qual sua graça?". Quase respondi: "Desculpe, mas ultimamente eu ando meio sem graça...".

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