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Hermanos

Hoje foi um dia corrido. Bom, pelo tempo verbal, você deve perceber que o dia está por acabar. E que eu não consegui cumprir o post jornalístico de quinta... Mas, como ainda está longe da meia-noite, vou colocar um pouco sobre o que pensei durante a semana, para escrever hoje.

Na verdade, fico intrigado sobre o quanto o Brasil está desligado do resto da América do Sul, o que dirá da América Latina. Isso, em termos de mídia, jornalismo. É só folhear os periódicos brasileiros para constatar que os temas são política, futebol, variedades e agências de notícias. Isso mesmo. O que as agências internacionais acharem que é notícia, virará notícia nas folhas dos nossos jornais, até mesmo em conseqüência da escassez de correspondentes estrangeiros.
Mas, a Internet costuma quebrar barreiras. E, em meio há sítios e blogs, de vez em quando dou uma passada no Latinoamericano, idealizado e mantido por Alexandre Barbosa, que foi meu professor na faculdade de Comunicação. Vale a pena, para sair um pouco do bairrismo e conhecer um pouco sobre o que acontece bem ao nosso lado.

Capa da Semana
Semana passada a capa foi para o Uruguai e, para honrar o tema de hoje, trago a capa do jornal chileno El Mercurio, que traz as fotos de uma presa (condenada por incêndio terrorista) que emagreceu 25 Kg depois de uma greve de fome por benefícios carcerários.

MIB

Um bom arranjo musical deixa aparecer as nuances de todos os instrumentos e vozes. Nesse contexto, há uma máxima de que "o menos é mais". Na música instrumental isso fica bem claro no que se pode chamar de boa música. Nesse contexto, você já deve ter entendido que MIB não são os "homens de preto", mas sim, Música Instrumental Brasileira.
Os músicos brasileiros são muito talentosos. E nem sempre reconhecidos. Por exemplo: Você já ouviu falar de Mané Silveira? E Swami Jr? Se os conhece, parabéns! Caso contrário, hoje vai saber um pouco mais sobre o trabalho deles.

Os Músicos
O saxofonista, compositor e arranjador Mané Silveira tem mais de 20 anos de carreira. Seu talento traz uma junção do jazz com ritmos brasileiros, como o chorinho, e pode ser encontrado em seus trabalhos solos ou na participação com ícones da música brasileira, como Arrigo Barnabé, Johnny Alf, Itamar Assumpção, Nelson Ayres, Roberto Sion, Guilherme Arantes, Vânia Bastos, Tetê Espíndola, Eliete Negreiros, Toninho Ferragutti, entre outros. Silveira participou do Festival de Jazz de Montreaux nas edições de 93 e 94, ao lado do compositor japonês Seigen Ono, ligado à vanguarda nova-iorquina. (Foto de Mané Silveira: Kriz Knac)
O violonista e contrabaixista Swami Jr. também tem mais de 20 anos de carreira. No início de carreira, fundou a banda Xoro Roxo, que excursionou pela Europa nos anos 80. Ficou 4 anos em Paris e, quando voltou ao Brasil, dedicou-se ao trabalho como 0 violão de sete cordas. Já atuou ao lado de Dominguinhos, Sivuca, Paulo Moura, Paulo Belinatti, Arismar do Espírito Santo, The Heartbreakers, Chico César, Zizi Possi, Luis Melodia, Fernanda Abreu e outros.
Swami Jr. também é compositor, arranjador e produtor. Um de seus últimos trabalhos poderá ser conferido em breve e traz uma reunião da música cubana Omara Portuondo com Maria Bethânia, além da participação especial de Chico César, Chico Pinheiro, Vanessa da Mata, Zeca Baleiro e Zélia Duncan. Segundo o blog do jornalista Mauro Ferreira, a previsão de lançamento do CD é para março, com um show que reunirá as duas cantoras em um mesmo palco, no Canecão (RJ). (Saiba mais sobre este CD)

A Música
Nesta semana você curte no DoxaOnline a reunião destes dois talentosos músicos, que gravaram juntos o CD Imã (1999). O interessante é que não encontrei este trabalho em uma loja de CDs, mas sim na Oficina do Bove, reduto histórico dos saxofonistas na capital paulista, apelidada por alguns músicos de "Casa dos Milagres", tanto na recuperação de instrumentos quanto nas raridades que lá são encontradas.
A música é Sonhando, uma composição do clarinetista, saxofonista, compositor, arranjador e regente brasileiro Sebastião de Barros (1917-1980), popularmente conhecido como K-Ximbinho. Aluno de harmonia e contraponto do mestre Koellreutter, K-Ximbinho trouxe à música brasileira, em especial ao choro, elementos jazzísticos.

Dica
Se você gosta de música instrumental, acesse já o site Vozes da Música Instrumental. Vale a pena!

Bem na foto

A exposição Foto Retrospectiva 2007 será inaugurada no dia 25 de janeiro no Auditório Simón Bolívar no Memorial da América Latina. Trata-se de uma exposição fotográfica coletiva que retrata, por meio das imagens registradas pelas lentes dos fotojornalistas de todo o estado de São Paulo, os fatos mais marcantes do ano de 2007.
Organizada pela ARFOC-SP – Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo - e com patrocínio da Kingston Technology, a mostra reúne o trabalho de 75 profissionais dos principais jornais e revistas da capital, interior e litoral paulista e revela uma visão muitas vezes inusitada dos acontecimentos.
São fotos de esportes, política, cultura, situações do dia-a-dia, catástrofes, ou seja, tudo o que foi notícia em 2007 na visão de quem acompanha os fatos sempre de perto. Imagens que congelam instantes às vezes dramáticos, às vezes poéticos, mas sempre com o objetivo de informar à população. Ao todo são 80 painéis fotográficos, entre fotos coloridas e preto-e-branco. A mostra tem entrada franca e fica em cartaz até o dia 14 de fevereiro.
No dia da abertura, às 20h, haverá um show da Orquestra Jazz Sinfônica acompanhada da cantora Miúcha e com a participação especial do pianista Leandro Braga. O espetáculo comemora os 50 anos de Bossa Nova. A regência é do maestro João Maurício Galindo. A entrada é franca e os ingressos podem ser retirados a partir de hoje (quinta-feira) no próprio Memorial da América Latina.

(Fonte: ARFOC)

Capa da Semana
O destaque de hoje vai para nosso país vizinho, Uruguai, pela primeira página do jornal El Pais. Eu não conheço outro jornal que coloca uma história em quadrinhos (destaque) logo na capa. E, muito bem escolhido - na minha opinião, claro - uma historinha da Mafalda, personagem criada em 1963 pelo argentino Quino (e que foi escrita até 1973) e traduzido em mais de 30 idiomas. Confira aqui um dos vídeos que estão no site do escritor.Entrando no sítio do jornal digital, achei duas coisas interessantes. Uma área de blogs para os leitores e o nome da seção que, aqui, chamaríamos passatempo e lá recebu o nome de "Ocio".

Não vire a cara

Estou "pop". Eu até poderia culpar meu filho pré-adolescente, que me faz ouvir determinadas rádios... Mas, tenho que admitir, a primeira vez que ouvi The Calling, foi no seriado Cold Case (com a loiríssima Kathryn Morris no papel da detetive Lilly Rush ), que sempre elege ótimas músicas como fio condutor das histórias.
A música era Wherever You Will Go. Gostei. Depois descobri que era o single do primeiro trabalho do grupo, Camino Palmero, e tinha feito parte da trilha do filme Show Bar, em 2000.
The Calling é - ou foi - uma banda californiana que surgiu entre 2000 e 2001, mas já tinha uma história desde 1995, época em que Aaron Kamin namorou com a irmã mais velha de Alex Band.
Após algumas tentativas frustradas de formação, os dois criaram a banda Next Door e entupiram os diretores da gravadora RCA com suas fitas demo. Até que conseguiram emplacar Wherever You Will Go, viraram The Calling e seguiram rumo ao sucesso.
Em 2004, a banda lançou o álbum Two, número que representa a verdadeira característica do "grupo", já que sempre foi baseado na dupla Alex e Aaron, mesmo quando Aaron resolveu partir paara os bastidores, passando a trabalhar mais com as composições e gravações.
Mas, o inevitável aconteceu. Em 2005, Alex anunciou que seguiria em carreira solo, que o The Calling não acabaria, mas ficaria em stand by.
Nesta semana, o DoxaOnLine apresenta uma música do primeiro CD da banda, intitulada We're Forgiven, que traz boas perguntas e inquietações, além de cobrar um postura para que a gente não vire a cara para a miséria que nos cerca em cada esquina.


We're Forgiven
Aaron Kamin e Alex Band

Bem, eu gostaria de pensar
O mundo ainda não viu
Que o melhor ainda está por vir
E eu sei que a vida não é fácil

Eu passo por eles dormindo nas ruas
Suas mãos sangrentas e pés sujos
E eu não posso ignorá-los
Mais do que eu já ignorei

Então nós rimos e sorrimos
E jogamos nossos jogos de doce negação
Mas não me diga que estamos perdoados
Se prendermos toda nossa respiração
Se nos ajoelharmos e nos arrependermos
Você não pode me dizer que estamos perdoados

Comece comigo, não posso mentir
Quando meu coração não segue meus olhos
Ignorar todo o sofrimento
Que cerca nosso tempo na Terra
Por algum motivo a vida deles foi uma maldição
Eu digo que sinto muito e deveria mudar
Você sabe que poderia ser eu ali algum dia
Então nós rimos e sorrimos...

Não há como sair daqui
Não quero morrer e deixar tudo pra trás
A cada dia uma parte de mim desaparece
Quem sou eu pra julgar o que foi enviado dos céus?

Então nós rimos e sorrimos...

Não podemos rir, não podemos sorrir
Quando tanta coisa não está certa
Não posso seguir pra sempre
Se prendermos nossa respiração
Se nos ajoelharmos e nos arrependermos
Você não pode me dizer que estamos perdoados, não
Você não pode me dizer que estamos perdoados

We're Forgiven

Well I would like to think
The world hasn't seen
That all the best is still to come,
And I know life ain't easy

I pass them sleeping on the streets
Their bloodstained hands and dirty feet
And I can't ignore them
Any more than I already have

So we laugh, and we smile
And we play our games of sweet denial
But don't tell me we're forgiven
If we hold, all our breath
If we kneel right down and just repent
You can't tell me we're forgiven

Start with me, I cannot lie
When my heart doesn't follow my eyes
Turn away, from all the suffering
That surrounds
Our time on this earth
For some their life has been a curse
I say I'm sorry and I should change
You know it just could be me someday

So we laugh, and we smile...

There's no way outta here
I don't wanna die, and leave it all behind
Each day a part of me disappears
But who am I to judge, what's been sent from above?

So we laugh, and we smile...

We can't laugh, we can't smile
When so much just ain't right
It can't go on forever
If we hold, our breath
If we kneel right down and repent,
You can't tell me we're forgiven, no,
You can't tell me we're forgiven

Penso, logo...

João Alexandre escreveu e cantou:

É proibido pensar

Procuro alguém pra resolver meu problema
Pois não consigo me encaixar neste esquema
São sempre variações do mesmo tema
Mera repetições

A extravagâncias vem de todos os lados
E faz chover profetas apaixonados
Morrendo em pé rompendo a fé dos cansados
Com suas canções

Está de bem com vida é muito mais que renascer
Deus já me deu sua palavra
E é por ela que ainda guio o meu viver

Reconstruindo o que jesus derrubou
Re-costurando o véu que a cruz já rasgou
Ressuscitando a lei pisando na graça
Negociando com deus

No show da fé milagre é tão natural
Que até pregar com a mesma voz é normal
Nesse evangeliquez universal
Se apossando do céus

Estão distantes do trono,caçadores de deus
Ao som de um shofar
E mais um ídolo importado dita as regras
Pra nos escravizar.

É proibido pensar (5x)

Procuro alguém pra resolver meu problema
Pois não consigo me encaixar neste esquema
São sempre variações do mesmo tema
Meras repetições

Meras repetições
É proibido pensar

Windpill interpretou:


E, agora, João Alexandre explica (ou tenta):


E você? O que acha disso tudo? Deixe seu comentário.


(Fonte: PavaBlog)

TodosBares

Quinta-feira, andando pelo centro de São Paulo, passei por uma exposição em comemoração aos 454 anos da cidade de São Paulo. No saguão do arranha-céu e cartão postal paulista é possível encontrar 44 bonecos em tamanho natural, representando um típico bar paulistano.
EveryBares é uma criação das artistas plásticas Gigi Manfrinato e Sandra Lee, a partir de uma técnica chamada empapelamento, que consiste em sobrepor várias camadas de papel jornal, modelando o corpo da escultura com uma mistura de cola, cimento e gesso. Os rostos são feitos, inicialmente, na argila. Já as roupas e acessórios são verdadeiros, adquiridos em brechós.
A dupla de artistas já trabalha desde a década de 80 e fez sucesso em julho de 2007, com a exposição A Fila, quando mais de 20 bonecos foram alinhados ao ar livre, em uma parede em frente ao SESC, na avenida Paulista (leia mais e veja algumas fotos).
A exposição EveryBares está aberta ao público diariamente (inclusive aos finais de semana) até dia 07 de fevereiro, das 10h às 17h, no Edifício Altino Arantes, conhecido como Prédio do Banespa (Rua João Brícola, 24 – Centro - próximo ao metrô São Bento). Entrada franca.

Retratos & Reflexos

Além da foto abaixo, na exposição eu tirei mais algumas com o celular.

É melhor não pensar

Pensar - ou estimular os outros a pensar - pode dar uma grande confusão. Que o diga o cantor João Alexandre... Confira no meu outro blog, Confraria Ekklesial.

Livro & Bytes

A editora Mundo Cristão lançou uma edição comemorativa aos cem anos de publicação da obra-prima de G. K. Chesterton, Ortodoxia (263 páginas). A tradução é de Almiro Pisetta e o preço, popular (R$ 19,90). A grande novidade é que apenas hoje (18/01) até às 23h59 o internauta poderá baixar a versão digital integral do livro, direto da editora e sem nenhum custo. Já baixei o meu... Também quer? Clique aqui.
Os direitos autorais e comerciais sobre a tradução pertençam à editora Mundo Cristão, mas a obra em inglês já é de domínio público. Se tiver interesse, procure por Orthodoxy no sítio Domínio Público, onde é possível baixar gratuitamente outras obras de Chesterton (e muitos outros autores, além de arquivos de áudio, vídeo e imagem).

Confira um trecho do prefácio:
Certa vez o jornal London Times pediu a alguns escritores que respondessem à pergunta "o que há de errado com o mundo?". Chesterton enviou a resposta mais sucinta:
Prezados Senhores:
Eu.
Atenciosamente,
G.K. Chesterton

Adoção

Dois gêmeos que haviam sido separados ao nascer e, em seguida, adotados por famílias distintas, se casaram sem saber que eram irmãos. Um juiz do Alto Tribunal anulou a união. Os detalhes deste caso não foram revelados, mas sabe-se que os gêmeos, nascidos depois de um tratamento de fertilização, foram separados pouco depois do nascimento. Eles nunca souberam que tinham tido irmãos gêmeos e só descobriram o parentesco depois do casamento.
O caso reacende a discussão sobre a um projeto de lei de Embriologia Humana em estudo pelo Parlamento inglês.

Aproveitando o tema, não sei se já indiquei uma matéria do sítio Bolsa de Mulher, na qual fui um dos entrevistados, em junho de 2007. Clique e confira.

Só de ouvir

Tenho escrito muito sobre imprensa escrita (jornal e revista), sobre web e televisão, mas me dei conta que o veículo rádio tem sido deixado de lado. Outro dia indiquei o vídeo institucional da CBN e dei um link para o YouTube. Esta semana descobri que todos os vídeos estão disponíveis no site da CBN.
Descobri também que o ouvinte pode matar a curiosidade e assistir a agitação do estúdio da CBN ao vivo. Eu gosto muito de rádio, não só para ouvir músicas, mas também pelo jornalismo. Nas ondas AM ainda temos um maior leque de opções para a modalidade, porém a qualidade de transmissão e recepção geralmente deixa a desejar. Em FM, até pouco tempo só tínhamos a CBN, agora concorrendo com a Band News FM.
São estilos completamente diferentes. A Band News optou por uma modalidade de radiojornalismo rápido, bem ao estilo de emissoras de música FM, utilizando música de fundo (o chamado BG), vinhetas e uma divisão da hora em 3 blocos de 20 minutos. É inovador e interessante.
Porém, a minha preferência vai para o modelo da CBN. Âncoras como Heródoto Barbeiro, Carlos Alberto Sardenberg, Milton Jung (foto que tirei, ao lado), Roberto Nonato, Adalberto Pioto, Roxane Ré são um diferencial. Tive a oportunidade de conhecer cada um dos que mencionei, em duas visitas que fiz aos estúdios da rádio, em São Paulo, e em programas externos transmitidos ao vivo (confira algumas fotos que tirei no Liberdade de Expressão e, em 2004). Dentro do estúdio a parte da produção é tão intensa que nem dá pra ver o tempo passar. Gostei muito. E espero que um dia consiga um lugarzinho, nem que seja em alguma emissora do interior, para trabalhar em rádio.

Capa da Semana
O assunto da semana foi o jogador Kaká. A capa da semana vai, então, para a revista CartaCapital:

Jay & Band

Depois de um período erudito-MPB-jazz, hoje o DoxaOnline vai agitar um pouco. Aumente o volume e curta o fantástico estilo do Jamiroquai. Aliás, o melhor deveria ser Jason Kay e banda, líder e fundador do grupo, desde 1992.
A história do Jamiroquai confunde-se com a do acid jazz, movimento que teve início em Londres, no início da década de 90 (séc. XX). O nome do grupo é a junção do termo jam (de jam session) com o nome da tribo norte-americana Iroquoi, nômades que viviam na região entre o Norte dos EUA e sul do Canadá.
Além do acid jazz, é possível perceber influências disco e funk nas músicas da banda. O que não é possível perceber é unidade no grupo. Em 1999 foi lançado o álbum Synkronized - de onde você ouve a primeira faixa, Canned Heat. Quando este trabalho estava quase pronto, em 1998, o baixista Stuart Zender deixou a banda, o que obrigou à composição de novas músicas, para não haver problemas com direitos autorais. Extra-oficialmente o problema que levou Zender a sair seria o fato de Jay ganhar mais dinheiro do que os outros músicos. Agora, adivinhe quem foi o único que sobrou? Jay!
Algumas marcas do grupo são as mensagens políticas e ecológicas em suas músicas, os chapéus exóticos de Jay (confira fotos) e golpes promocionais, como a tentativa de entrar para o Guiness (livro dos recordes) ao fazer o show em maior altitude da história. Batizado de Gig in the Sky, o espetáculo ocorreu em fevereiro de 2007, a bordo de um Boeing 757 adaptado, a mais de 30 mil pés de altura (foto ao lado). Os convidados puderam filmar com seus celulares, como neste exemplo.
Consultei o Guiness Book (on line), mas não localizei a confirmação de que Jamiroquai bateu este recorde. Lá consta, porém, a marca do "show mais profundo", realizado em outubro de 2006 pela cantora de jazz pop Katie Melua e banda, que se apresentaram para os funcionários de uma plataforma de gás a 303 metros abaixo do nivel do mar, na Noruega.

Quero que você me aqueça neste inverno

Saiu na semana passada no Blog do Mino, mantido pelo jornalista Mino Carta (editor da CartaCapital) e gerou mais de 60 comentários:
10/01/2008 13:22

Ratzinger fala sobre o Inferno

Não tenho especial apreço pelo papa e pela instituição medieval mais longeva do mundo, a mais duradoura monarquia por direito divino. Mais do que isto: dirigida ao empíreo pelo próprio Deus. O preâmbulo é necessário ao dizer que li ontem no Corriere della Sera, o melhor diário em circulação (embora mirrada) no País, um texto assinado por Joseph Ratzinger em março de 1968. Faz parte de um livro recém-lançado na Itália pela Editora Rizzoli, intitulado Porque estamos ainda na Igreja. Reúne discursos e aulas do papa atual, pronunciados e ministradas ao longo de quarenta anos na Academia católica da Baviera. E agora confesso: trata-se de um texto magistral, na forma e no conteúdo. Tese central: o Inferno é a solidão. O homem teme a morte porque ela é o momento extremo da vida, aventura irremediavelmente solitária. Até na cruz, o próprio Jesus desce ao Hades, aos Ínferos, com seu grito de morte: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?”. “Deus – escreve Ratzinger, – não é somente a palavra compreensível, ele é também a causa silenciada e inacessível, incompreendida e incompreensível”. E mais adiante: “Ao conhecermos Deus como silêncio, poderemos esperar ouvir a fala que emana do seu silêncio”.O teólogo não desdenha citar Sartre e Ernst Kasermann, na referência à “aparente ausência de Deus", revelada pela realidade terrena. E vem a pergunta: “Que é realmente a morte e que acontece depois, quando alguém morre e entra portanto no destino da morte?”. E volta ao apelo desesperado de Cristo crucificado. “O núcleo mais profundo da sua paixão não é a dor física, e sim a radical solidão, o abandono completo”. O autor recomenda então dilatar o alcance da pergunta, para concluir: Inferno significa “uma solidão na qual não mais se ouve a palavra do amor, significa a verdadeira suspensão de existência”. De fato, algo é certo: “Há uma noite em cujo abandono não chega voz alguma”. Por isso um único vocábulo quer dizer ao mesmo tempo inferno e morte no Antigo Testamento: scheol. Enfim a palavra da esperança, que ao teólogo não poderia faltar: ao viver a morte como qualquer mortal, Cristo está “onde voz alguma pode alcançar”. No “coração da morte fica a vida, fica o amor”. Acho que crentes e não crentes haverão de concordar: o texto desvenda uma alma poética e um pensamento filosófico atilado.

Resposta

Não assisti ou li nenhuma manifestação do jogador Kaká sobre a reportagem da CartaCapital, que mencionei no post anterior. Mas, segundo a Agência Estado, a Igreja Renascer em Cristo manifestou-se e distribuiu uma nota de repúdio.

Caca!

Fazia tempo que não parava em uma banca de jornais no domingo pela manhã. Ontem, consegui cumprir este ritual e dei de cara com a revista CartaCapital. Lá estava Kaká e ao seu lado a chamada da matéria de capa: A fé e a grana (confira na íntegra). On line a revista faz uma enquete com as seguintes alternativas:
O que você acha de Kaká doar cerca de 2 milhões de reais à igreja Renascer?
- Natural, já que é o costume dos fiéis da igreja em questão;
- O dinheiro é dele, ele faz o que quiser;
- Ele está sendo enganado pelos dirigentes de sua igreja;
- Ele encurtaria seu caminho para o céu se doasse o dinheiro para instituições de caridade.
A autoria da matéria é do italiano Paolo Manzo, que escreveu o livro Lula, o Presidente dos Pobres e é considerado um especialista em América Latina. Li a matéria e, jornalisticamente, a matéria tem um tom editorialista, mesma razão pela qual a revista Veja é tanto criticada. Claro que isso não é motivo para deixar de lado a situação complicada em que se encontra o jogador Kaká, graças ao seu envolvimento direto, público e notório com os líderes da Renascer.
Essencialmente, a reportagem é baseada em um documento enviado em setembro de 2007 pela Justiça brasileira para a italiana. Porém, não diz quando o documento chegou na Justiça italiana e qual o trâmite dela (provavelmente trata-se de uma carta rogatória) dentro do Tribunal de Justiça (tradução, autuação, intimação, pauta de audiências, etc.). O jornalista também não deu voz ao principal envolvido e não menciona que tenha havido alguma recusa por parte dele em dar entrevista. Pelo contrário, dá voz à sogra do jogador, que coloca mais lenha na fogueira. Na minha opinião, foi um gol contra da CartaCapital, reproduzido pelos maiores jornais do país neste domingo. Aliás, bola fora também de Folha e Estado, que apenas esquentaram a matéria, reproduzindo trechos da revista. sem nada investigar ou acrescentar.
Por outro lado, é importante observar que nunca veio a público alguma postura anti-ética de Kaká em sua vida particular ou profissional. Até mesmo a Veja admite. Ele é um ídolo dos amantes de futebol e das mulheres. Ainda assim, concordo que Kaká deveria se posicionar melhor diante de tudo que tem vindo à tona sobre os bastidores da Renascer. E, como muitas vezes se alega, não se trata de mera acusação, já que o casal cumpre pena nos EUA. Depois que tudo terminar por lá, ainda terão muito a esclarecer aqui no Brasil. Resta ver se a Justiça brasileira conseguirá ser tão eficaz conto a estadunidense.

Direto da Olivetti
Passeando pelo site da CartaCapital, achei o interessante Blog do Mino. Mesmo quem não gosta do estilo do jornalista tem que admitir que ele é um personagem importante na história do jornalismo brasileiro.

Foto e realidade
No último dia 4 escrevi sobre uma polêmica levantada pela ARFOC e, neste domingo, a Folha de S. Paulo, ou melhor, o Ombudsman da FSP (que, na minha opinião, é uma instância separada da empresa - e por isso mesmo, importantíssima), esclareceu o que aconteceu. Em resumo: uma grande mancada dos fotógrafos. A Folha só libera o texto para assinantes, mas achei a reprodução do texto no Blog do Professor PC:

O mistério da foto a quatro mãos
Mário Magalhães

É um direito dos leitores, que a ética deve preservar, conhecer a autoria verdadeira dos trabalhos jornalísticos.

DESCOBRI-ME em apuros ao garimpar uma fotografia do incêndio no Hospital das Clínicas para a última coluna de 2007. Como as imagens eram fracas, em estética e informação, encomendei uma ilustração à editoria de Arte.
Na terça passada, a Folha revelou que um grupo de pesquisadores diagnosticou não ser de Jean-Baptiste Debret (1768-1848) um quadro do Masp atribuído ao francês.
As fotos do HC publicadas pelo jornal em 26 de dezembro, que já não eram nenhuma pintura, exibiam idêntico problema: autoria duvidosa. A que saiu na primeira página ganhou o crédito "Oslaim Brito/Folha Imagem". Era igual à editada na mesma data pelo "Jornal da Tarde", do Grupo Estado, concorrente da Folha. No "JT", o autor era "Alberto Takaoka/AE/FotoRepórter".

Cotidiano imprimiu na capa a imagem de uma paciente carregada. Era parecidíssima com uma que saiu em "O Estado de S. Paulo". Nova incerteza: obra de Brito na Folha, de Takaoka no "Estado".

A Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de São Paulo (Arfoc-SP) resolveu investigar. Em 3 de janeiro, seu site cobrou os fotógrafos e emendou: "Cabem também explicações por parte dos jornais [Folha e "JT" sobre] como essa incrível "coincidência" ocorreu".
Leitores me alertaram. Recebi do editor de Fotografia de "Estado" e "JT", Juca Varella, cópia do seu relatório endereçado à Arfoc-SP. Demolidor com os repórteres fotográficos, Varella sustenta que Takaoka ("aspirante ingênuo") fez as fotos creditadas a Brito ("macaco velho ganancioso").

Ambos são free-lancers, sem contrato com os jornais. O primeiro teria topado ceder fotografias ao segundo. Para o editor, foram "cúmplices". Varella anexou uma espécie de certificado digital da foto mais controversa: sua origem é a máquina de Takaoka.
Telefonei para Oslaim Brito, que reconheceu não serem suas as fotos da primeira página da Folha e da capa de Cotidiano (uma saiu no "Agora", diário do Grupo Folha).
Ele colabora com o jornal desde 2004. Contou que chegou ao HC por volta das 23h40 do dia 24. Lá, Takaoka lhe teria presenteado com todas as suas fotos para vender à Folha com o "copyright" de Brito. Dia 25, contudo, o colega teria entregue algumas para o "Estado"/"JT" -uma duplicada.

"Nós tínhamos feito um acordo", diz Brito, que não identifica no expediente desonestidade intelectual ou ofensa ao direito autoral: "O leitor em geral não quer saber disso. Ele está preocupado com isso? (...) A nossa preocupação maior não foi o lance da ética".
Por e-mail, Takaoka narrou que estava no HC pelas 22h30. Na manhã seguinte, acompanhava a mulher, internada em outro hospital. Brito teria surgido e se "oferecido para enviar as fotos à mídia". "Em contrapartida, ele me pediu que lhe cedesse as vantagens de algumas imagens que seriam enviadas exclusivamente" a uma outra publicação. "Mostrei as imagens que eu iria utilizar e o deixei enviando-as de meu notebook."

Takaoka não nega ter topado que fotos suas ancorassem crédito alheio. O condenável seria Brito exagerar. Brito diz que a editoria de Fotografia da Folha soube por ele da jogada logo após a publicação e se "chateou". O jornal só começou a apurar o fato com rigor anteontem, 16 dias depois do desastre.

A Secretaria de Redação afirma que a Folha "foi induzida ao erro pelo fotógrafo [Brito], que publicará a correção [hoje] e que ele não será mais colaborador do jornal". O Grupo Estado, que não publicou crédito falso, foi muito mais ágil na investigação.

É direito dos leitores, que a ética deve preservar, conhecer a autoria verdadeira dos trabalhos jornalísticos.

"Esse caso é um grande retrocesso na luta para moralizar o direto autoral", lamenta o presidente da Arfoc-SP, Rubens Chiri. "O grande problema hoje é a impunidade."

Som do bom

O Trem Passou e a Gente Ficou aborda o abandono do trecho de 380 km da ferrovia Bauru-Panorama. A trilha sonora é do meu amigo Maurício Domene, do Estúdio Next e, segundo ele, "o documentário foi muito bem realizado e na trilha há muitos violões e sons diferentes". Hoje à noite, na TV Cultura. Confira o trailer.

EnBlogamos

Ufa!
Depois de muita correria e expectativa cheguei em casa do I EnBlogC (foto da turma abaixo).
Ao invés de escrever alguma coisa hoje, convido você a ver e ouvir o que rolou (a mesa-redonda começa prá valer aos 54 minutos no vídeo) e a ler o que o pessoal escreveu na Blogagem Coletiva de hoje (clique abaixo).

Curtas

Sexta-feira + Férias + Crianças na casa dos avós = Post Extra

A cara da rádio na TV
Particularmente, gosto de ouvir notícias pela rádio CBN, até a chegada da Band News a única rádio hard news 24 horas. Já cheguei a passar o dia inteiro no estúdio, tendo a oportunidade de conhecer Heródoto Barbeiro (foto ao lado), Milton Jung, Carlos Alberto Sardenberg e outros. Por isso, achei bem interessante a propaganda institucional (produção O2 Filmes) que tem sido veiculada em TV, com os apresentadores da rádio fazendo um discurso em cima de um caixote no Viaduto Santa Efigênia (centro de São Paulo) e a chamada: "Inteligência atrai inteligência". Tudo bem, podem até ter forçado um pouco a barra, mas não deixa de ter um fundo de verdade.


McStress
Eu não sou fã do Santuário dos Arcos Dourados. Porém, com quatro filhos em casa, acaba sendo um lugar inevitável. Antes de falar "mamãe" ou "papai" as novas gerações aprendem a falar "batata"... Ainda bem que o Burger King surgiu para melhorar um pouco o sabor dos fast food (embora eu prefira os lanches do BurDog, Marques, TGI Friday's, America). Porém, minhas últimas passagens pelo McDonald's foram sofríveis.
Escrevi no início do mês passado sobre a Nota Fiscal Paulista - cobrá-la é um direito e um dever nosso. Pois bem, quando estamos na fila para fazer o pedido (no meu caso, nada mais do que 6 pessoas), a cabeça às vezes esquece de pedir antes para inserir o CPF no cupom fiscal. Geralmente, os funcionários bufam um pouco, cancelam o cupom e fazem de novo.
O que chamou a minha atenção foi que outro dia, em uma das lanchonetes, argumentei com a caixa e o gerente porque eles não perguntavam para o cliente antes do pedido se vão querer a inclusão do CPF, medida que tem sido adotada em diversas lanchonetes como Bob's, Burger King, Black Dog e outras. A resposta foi que era uma "norma do McDonald's, todos os gerentes foram orientados que era proibido perguntar antes"! Isto é um absurdo! Aí eu perguntei quantas pessoas por dia pedem a inserção do CPF no cupom e eles me falaram: "Quase ninguém!" e um implícito olhar de "só os chatos como você"...
Até hoje só vi um local que colocou um pequeno cartaz-lembrete no caixa sobre a Nota Paulista, que acredito ser a melhor medida, não só para lembrar quem já sabe, como para alertar quem ainda não sabe do benefício. Governo Estadual e estabelecimentos comerciais precisam entrar em um acordo para uma melhor divulgação.

Melhores vídeos
Meu amigo Volney Faustini preparou uma seleção com os Dez Melhores vídeos no YouTube que mostram que "religião" e o (verdadeiro) Cristianismo têm se distanciado cada vez mais mais. Confira: Parte 1 e Parte 2.

Última chamada
Amanhã, sábado, a partir das 14 h, vários blogueiros cristãos estarão reunidos em São Paulo no EnBlogC, para conversar um pouco sobre como os blogs podem e têm influenciado a sociedade de diferentes formas. Se tudo der certo, o post de sábado sairá diretamente de lá. A entrada é franca e vai rolar um sorteio de livros da W4 Editora. Saiba mais.

1º Round

Amanhã, sexta-feira, a expectativa jornalística girará em torno de uma jogada da Rede Record em cima da Rede Globo. Na telinha global, entra em férias o Globo Repórter, para dar lugar a mais uma das exibições semanais do Big Brother Brasil, em sua oitava edição. Aproveitando o espaço deixado, a emissora do bispo estréia o Câmera Record, às 23 h. O programa jornalístico será apresentado por Marcos Hummel, terá uma hora de duração e promete grandes documentários. Nas chamadas, a Record alfineta a concorrência (veja vídeo abaixo):

Na estréia, o tema do Câmera Record será os Mercadões no Mundo. Além dos brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife, a equipe jornalística da emissora também percorreu 0s mercadões de Nova York, Washington, Londres, Dubai, Angola, Caracas, Jerusalém e Tóquio. Vamos conferir. Ou você prefere dar uma espiadinha???
Só para constar, o Globo Repórter estreou em abril de 1973, apresentado (eternamente) por Sérgio Chapelin. O programa entrou no lugar do Série Globo/Shell Especial, que ia ao ar desde 1971.

Capa da Semana
As prévias eleitorais esquentam nos EUA. E, quando o assunto é praticamente o mesmo em todo o país (e falta criatividade), gera uma dificuldade na elaboração de pautas, reportagens e, conseqüentemente, das capas. Fotos, ordem das manchetes e as próprias manchetes sempre são muito discutidos até a elaboração do produto final. E, depois que tudo vai da gráfica para as bancas, deve ser desesperador verificar que uma foto ou um título está igual ao da concorrência. Enquanto alguns jornais deram destaque para a democrata Hillary Clinton, outros colocaram-na lado a lado com o republicano Jonh McCain mas, deixando contrações, interrogações e exclamações de lado, dois periódicos nova-iorquinos - New York Daily News e Newsday - optaram pela mesma temática:

EnBlogC

Não, este não é o nome de uma nova seita ou igreja! É a sigla do I Encontro de Blogueiros Cristãos. A idéia nasceu na Blogosfera Cristã (também no Orkut), capitaneada pela Poliane e pelo Thiago. Hoje, o EnBlogC conta com o apoio do Projeto 242 e da W4 Editora. Então, reserve já na sua agenda:

Quando? Sábado - 12 de janeiro de 2008
Que horas? Das 14 às 18h
Onde? Projeto 242 - Rua Conceição Veloso nº120 - Vila Mariana - São Paulo/SP
Quanto? Entrada free

Para ajudar na organização, não deixe de enviar um e-mail para blogosferacrista@gmail.com com os seguintes dados :
Nome:
E-mail:
Blog:
Cidade:
Vai querer a camiseta do EnBlogC?

Atenção: Aqueles que se inscreverem até às 22h do dia 10/01 e comparecerem no evento, concorrerão a alguns livros gentilmente cedidos pela W4 Editora. Os sorteios serão durante o EnBlogC. Entre os livros: Walk On - A jornada espiritual do U2, Cristianismo Criativo e Missão Integral: Ecologia e Sociedade.

Ah! Se você está longe de São Paulo, também poderá acompanhar o encontro através da Internet, via uStream. Para saber como, basta clicar aqui.

Releitura

Geralmente não gosto de algumas releituras musicais, quando grupos fazem uma nova versão de músicas antigas. Porém, o trabalho que coloquei hoje no DoxaBrasil Online chamou minha atenção há algum tempo. Fruto da reunião de idéias e talentos do DJ Marcelinho DaLua, do baixista Márcio Menescal e do tecladista Alexandre Moreira, nasceu o Bossacucanova.
O grupo transformou clássicos do samba e da bossa nova naquilo que ficou conhecido como jazzy electronic bossa, uma espécie de bossa nova com batidas de drum'n'bass.
O segundo trabalho do grupo trouxe um convidado especial, o pai de Márcio - para alguns o pai da bossa nova, também - Roberto Menescal. Autor de clássicos como Barquinho, Você, Nós e o mar, Ah se eu pudesse, Rio, Menescal foi protagonista de um encontro de gerações. Em algumas músicas gravou apenas o violão, "dirigido" por um metrônomo, para depois serem trabalhadas pelos músicos; e em outras, voltou a tocar guitarra, improvisando sobre o trabalho do grupo.
Menescal nasceu em Vitória (ES), mas foi para o Rio de Janeiro, onde dava aulas de violão, juntamente com Carlos Lyra. Uma de suas alunas foi Nara Leão. Em 1961, com Ronaldo Bôscoli, compôs um de seus maiores sucessos: O Barquinho. Foi essa música que o levou, no ano seguinte, para o Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova York.
A música escolhida para esta semana é um marco da música brasileira, composição de Tom Jobim e Vinícius de Moraes: Garota de Ipanema. Além do ótimo arranjo do Bossacucanova com Roberto Menescal, essa faixa traz a participação especial de Ed Motta, nos vocais.

Lendo e Aprendendo

Em 2006, graças ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), li muito. Já, no ano passado, minhas leituras cairam bastante. Aí, vejo alguns amigos - como o Pavarini - e fico espantado com a quantidade de leituras que ele fez durante o ano. Nem no meu tempo de solteiro eu li tanto!!!
Mas, para 2008, espero ler, no mínimo, um livro por mês. Já começo bem - mês de férias é fantástico - pois estou na leitura de dois livros ao mesmo tempo: Ouvindo Deus (Dallas Willard) e Do golpe ao Planalto (Ricardo Kotscho).
Como sou um fã de biografias e jornalismo, o livro de Kotscho é um prato cheio. Claro que é importante considerar que ele fez, na sua carreira profissional, uma mistura perigosa: política e jornalismo. Tanto é que, com a vitória de Lula - seu amigo pessoal - ele tornou-se Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência (2003 - 2004). Mas, mesmo aqueles que não gostam de sua postura política, são capazes de admitir que sua vida de repórter rendeu boas matérias.
Já Willard é um escritor que sempre ouvi falar, inclusive é mencionado por muitos escritores, mas ainda não conhecia seu trabalho. Até agora, o que li, gostei.

Retratos & Reflexos

Tentei criar um Flickr com este tema, mas é difícil administrar vários álbuns. Por isso, reuni tudo no Picasa. De qualquer forma, assim como na quinta tenho colocado a Capa da Semana, aos sábados quero colocar uma foto interessante - preferencialmente minha.
Para inaugurar a seção, uma foto que coloquei na área de trabalho do meu computador, tirada há uns anos atrás dentro do Prédio do Banespa, um importante ponto turístico de São Paulo. Além das fotos que tirei no mirante (uma visão 360º da cidade), tirei esta foto das escadarias:

Retrato

Lembro-me dos retratistas que ficavam no Parque da Luz... E também dos monóculos (achei um registro bem legal de Adriana Araújo), onde se via a foto contra a luz! Hoje, com o advento da fotografia digital, não há mais nem a expectativa sobre como a foto saiu (ou até, se saiu).
Minha esposa fala que eu nasci velho!!! Ainda mantenho uma pick up (para tocar os long plays guardados), um tape deck (para as fitas K7 que ainda não estouraram) e também guardo minha Enciclopédia Barsa. Então, não seria novidade que ainda tenha um filme P&B guardado! Breve farei algumas fotos com ele. O duro é conseguir lugar para revelar.
De qualquer forma, não há como não se render às facilidades do mundo digital. O Orkut agora dividiu as fotos por álbuns e possibilitou maior privacidade, pois podemos autorizar a visualização das fotos só para amigos, por exemplo. Por isso, resolvi arrumar um pouco as fotos por lá. No final do ano passado já tinha começado a organizar minhas fotos no Picasa.
E, como o assunto é fotografia, a ARFOC (Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo) levantou esta semana uma questão polêmica sobre fotos praticamente idênticas que saíram em veículos diferentes e com créditos diferentes. Confira.

Sotaque

Já há algum tempo chamou minha atenção a presença da repórter Renata Alves, que faz matérias para o quadro Achamos pelo Brasil, do programa Domingo Espetacular (Rede Record). Em primeiro lugar, pois é óbvia a tentativa de padronização, nas grandes emissoras, não só do sotaque, como do visual. Fonoaudiólogas têm um seleto grupo de clientes formados por jornalistas que precisam perder o sotaque. Sulistas, nordestinos, mineiros, abandonam sua identidade cultural e regional. Por esse motivo, ouvir o forte sotaque de Renata Alves é um alívio.
Outra marca da repórter é a espontaneidade e o respeito pelas personagens de suas matérias, sempre nobres desconhecidos, escondidos na pele das verdadeiras celebridades brasileiras, que vivem nos mais insólitos e distantes lugares. Alguns exemplos: a Festa das Marocas (fofoqueiras), em Pernambuco; o Festival de Inverno de Garanhuns (onde foi tirada a foto acima, com Renata Alves e Mestre Jaime); e Zabé da Loca.
A matéria com a Zabé da Loca eu revi ontem à tarde, no Programa da Tarde. Foi uma reportagem muito legal, com uma mulher que viveu cerca de 30 anos em uma loca - tipo de gruta - depois que ficou viúva e sua casa de taipas desabou. Dona Isabel ficou conhecida há uns dez anos como tocadora de pífano, ou pife - como é conhecido no Nordeste - instrumento que aprendeu que aprendeu com seu irmão, quando tinha sete anos. Hoje, Zabé da Loca é conhecida como a Rainha do Pife, não mora mais na gruta, mas ainda vive de forma humilde no sertão, embora eventualmente saia em turnê para apresentar sua música ao Brasil. Confira uma matéria interessante com Zabé, feita por Paulo Rebêlo, para a revista Carta Capital.
Renata Alves mantém um blog com os bastidores das suas matérias.

Isso ou aquilo?
Na Era Google-Orkut, a apuração cada vez mais vai para o ralo. E, quando ocorre, às vezes não surte efeito. Nestes tempos de férias, resolvi assistir um pouco mais a TV aberta. Na Record surgiu um novo jornalista, Geraldo Luis, apresentando um telejornal do meio-dia - no estilo "Datena" - chamado Balanço Geral, programa que traz de volta um sensacionalismo que estava um pouco esquecido na Record e que trouxe, consigo, mais alguns pontos no IBOPE.
Mas, esse não é o tema que quero abordar. A questão é que ontem, ao vivo, o Geraldo Luis e uma repórter - em um link no litoral sul de São Paulo - entrevistavam um biólogo sobre o ataque de águas-vivas que queimaram mais de 900 turistas. O que me chamou a atenção foi que o biólogo esclareceu que aquela espécie marítima não era uma água-viva, mas sim uma caravela, espécie que têm em seus tentáculos uma estrutura chamada nematocisto, em cujo interior fica uma espícula urticante, o cnidoblasto, que, em contato com a pele, descarrega a espícula. Ou seja, a caravela não queima, mas provoca uma reação alérgica. Embora as duas estruturas façam parte do mesmo grupo, dos celenterados, são espécies diferentes. Caravela é um hidrozoário e água-viva é um cifozoário. Saiba mais no site Brasil Mergulho.
Mesmo com o esclarecimento do biólogo, o GC (gerador de caracteres que traz mensagens na tela para os telespectadores) continuava apontando chamadas sobre "águas-vivas que queimaram turistas". A pergunta que fica no ar é: para que esclarecer se vamos continuar mostrando o que queremos?

Colírio
Uma dica para quem gosta de críticas jornalísticas é o blog Na Retina, do jornalista Emerson Luis. Um post que chamou minha atenção foi: O apartheid televisivo: classe média alta tem rosto embaçado digitalmente.

Capa da Semana
Na primeira semana do ano, o destaque vai para a foto de capa do jornal canadense Ottawa Citizen. Enquanto nós aqui em São Paulo não agüentamos o calor, eles ao Norte...

Alvorada de um novo ano

Terça-feira. Dia de música no DoxaBrasil.
Terça-feira. Primeiro dia do ano de 2008.
Para o primeiro post do ano, escolhi uma linda canção do João Alexandre Silveira. Músico, compositor, arranjador e produtor musical, João Alexandre integrou diversos grupos de vanguarda da música evangélica brasileira, como Vencedores por Cristo (39ª equipe), Grupo Pescador e MILAD (Ministério de Louvor e Adoração).
Grande violonista e cantor, profissionalizou-se e, além de lecionar, também passou a tocar em bares e casas de shows, acompanhado pela sua esposa, Tirza. Atualmente, produz seus próprios trabalhos, de forma independente.
Embora conversas de bastidores afirmem que João Alexandre seja um pouco arrogante e convencido, é inegável seu talento, tanto no virtuosismo ao violão quanto na voz, nos arranjos que faz e na poesia de suas composições. A música que eu escolhi foi gravada em 1996, em um trabalho somente a Voz e Violão (título, inclusive, do álbum).
O meu desejo é que, ao acabarmos de contemplar a última estrela do ano que terminou, possamos antever um amanhecer de luz, paz e alegria, que só será possível se cada um de nós nos realizarmos pessoalmente não ao sermos servidos, mas sim ao servir aos outros; não com um proceder egoísta, mas com um coração atento e solícito para aqueles que estão à nossa volta; não virando as costas para os necessitados, mas estendendo os braços para acolher, abraçar e levantar o caído. E que isso ocorra não só na virada do ano. Mas na virada de cada alvorada.

Canção da Alvorada
João Alexandre

Fim de madrugada, luz do sol
Marejando o dia que já vai chegar
Pousa um passarinho na janela
Lá vem ela, manhã
Lá vem ela, manhã

E aqui de joelhos eu estou
Contemplando a última estrela
Cantando a canção da alvorada
Pra te fazer feliz, pra te louvar
Pra te reconhecer, pra te encontrar
Pra ver no sol que nada sou sem tua luz
Só pra saber que nada sou sem ti, Jesus

Foto: Wagner Gomes Reis (em TrekEarth)

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