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Capa da Semana (62)


Foto de Ricardo Wolfenbutel no
Jornal Pioneiro, de Caxias do Sul/RS.

Papel jornal

MÍDIA IMPRESSA
Qual a relevância dos jornalões?

Por Venício A. de Lima em 28/7/2009

A atual conjuntura política, marcada pela crise no Senado Federal e pelas suspeitas em relação à administração da Petrobras, recoloca em pauta uma velha questão sobre o alcance e a influência dos jornalões da grande mídia: a Folha de S.Paulo, o Estado de S.Paulo e O Globo: merecem eles a importância que a elite política e os "intelectuais" lhes atribuem na formação da opinião pública brasileira, vis à vis, por exemplo, a televisão e/ou a internet?

(Leia na íntegra, no Observatório da Imprensa)

Retratos & Reflexos (62)


O americano Robert Buelteman deixou as lentes e as câmeras de lado
e passou a fazer seus registros de uma forma inusitada: usando eletricidade.
Confira a série Through the Green Fuse, algo como "Através do fusível verde".

Combinações

Tem semanas que demoro um pouco mais para escolher a música para o DoxaCast. Há outras, porém, em que a música aparece com antecedência e não vejo a hora de compartilhá-la por aqui.
Semana passada, dei uma passadinha na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Um paraíso para quem gosta de ler. E, também, para quem procura boa música. Fui para a seção de Jazz e música clássica. Quando me deparei com o CD O'Reilly Street e ouvi alguns trechos, falei: "É este!".
Lembrei-me imediatamente de um concerto que assisti dias antes, no Palácio da Justiça, sob a regência de João Carlos Martins que conseguiu, com muita maestria unir os instrumentos da Orquestra Bachiana Jovem Sesi SP com percussionistas da Escola de Samba Vai-Vai.
A lembrança veio pois o álbum era uma gravação do "Homem da Flauta de Ouro", Sir James Galway, com a banda Tiempo Libre. O som de Galway é inconfundível. Mas, o tempero cubano faz a diferença. Difícil foi escolher uma música. Então, escolhi uma em que o pianista - e líder da banda - Jorge Gomez e Galway brincam com os limites entre a chamada música clássica e a música popular (já escrevi um tempo atrás que sou contra essa divisão...): Espiegle, composição de Gomez.

Na tela
Ainda do álbum O'Reilly Street: Fugace e Irlandaise, de Claude Bolling:





Conheça um pouco mais das ideias de Tiempo Libre aqui.

Humor de 1ª na Segunda (62)


Você também reclama da falta de tempo?
(Via: Nadaver)

Capa da Semana (61)


Um bom jornal para se estudar a questão - ou utopia - da isenção jornalística é O Estado do Maranhão. Note o tom e a fonte da primeira manchete do alto, à esquerda. Bom, ninguém pode falar que o periódico não tratou do caso Sarney...

Menos é mais?

MUNDO VIRTUAL
Mídia convencional e Twitter: relações e conexões
Por Valério Cruz Brittos e Taize Odelli em 21/7/2009

Na digitalização, vivencia-se a integração da mídia tradicional com outros setores, especialmente aqueles relacionados com as inovações trazidas pela digitalização. Entre os mais significativos está a internet. Depois de jornais, emissoras de TV e de rádio adentrarem o mundo virtual com portais para divulgação de conteúdo produzido, utilizando ainda blogs para dar maior visibilidade às suas ações e avançar na proximidade com o público, as indústrias culturais estão se inserindo no novo fenômeno da internet: o Twitter.

O Twitter é um microblog onde seus usuários fazem postagens de, no máximo, 140 caracteres. Os twitts, como são denominados, podem receber respostas de quem está seguindo a pessoa. Assim, ele também se caracteriza como uma espécie de site de relacionamento. O Twitter caiu nas graças da mídia depois que artistas famosos, como Demi Moore e seu marido, Ashton Kutcher, passaram a usar a ferramenta. No Brasil, o site vem crescendo e, aos poucos, vai conquistando internautas que até então só utilizavam o Orkut, o qual apresentou baixa nos acessos. Porém, o Twitter não é apenas mais uma moda virtual, essencial para todos os usuários da internet que queiram estar "antenados" às tecnologias. Além de reunir pessoas comuns e artistas que querem estar em contato mais direto com o público, o mecanismo tomou grande proporção dentro da mídia convencional.

Informação twitt a twitt


O Twitter tornou-se uma importante ferramenta na vida do internauta brasileiro. Ele foi adotado não apenas como um meio de se comunicar com amigos e familiares. Hoje, ele é usado na difusão de informação. Jornais, sites, redes televisivas e outros meios de comunicação possuem contas no Twitter, onde divulgam notícias e promoções. Em pesquisa realizada pela Bullet, em abril de 2009, 80% dos usuários do site disseram seguir ou já terem seguido alguma agência de notícias.

A ferramenta mostra-se útil também na hora de burlar a censura. No Irã, o presidente reeleito Mahmoud Ahmadinejad, tentou controlar a internet para desestabilizar a organização de protestos contra a sua reeleição. Para contornar a tentativa de censura por parte do governo iraniano, jornalistas e civis passaram a divulgar e organizar os protestos através de blogs e, principalmente, do Twitter. Uma manutenção no site que havia sido agendada para o período das eleições foi adiada para não deixar os iranianos sem essa ferramenta de divulgação. Golpe de marketing ou não, a decisão tomada pelos dirigentes do Twitter foi aplaudida pela maioria.

Não só as agências de notícias invadiram o microblog. Agências de empregos entraram na onda da comunicação por 140 caracteres e agora divulgam no site suas vagas de emprego atrás de candidatos. O que começou com empresas de informática vai se expandir para todas as áreas profissionais, segundo especialistas. Logo, o Twitter se mostrou uma ferramenta não só de contato com conhecidos, mas também de ampliação com contatos profissionais.

Em meio a isso, o usuário comum do Twitter também é visto como divulgador. Uma pesquisa realizada pela Harvard Business School mostrou que o microblog não é só mais uma ferramenta virtual de conversação, ou seja, de apenas manter contato com as pessoas. A análise de tráfego e perfis dos internautas apontou que o Twitter é um instrumento de difusão da informação, como o rádio e a televisão. A pesquisa realizada pela Bullet definiu que a maioria dos usuários do Twitter, jovens entre 20 e 30 anos, além de possuir blogs, repassa para seus "seguidores" links de notícias, artigos, vídeos e outros conteúdos considerados interessantes. As notícias e vagas de empregos divulgados no site pelas agências não só abrangem o número de pessoas que seguem suas páginas, mas também outros usuários, que se informam "de twitt a twitt".

(Via: Observatório da Imprensa)

Retratos & Reflexos (61)

Trabalhos da criançada: Maquete.
(Foto: Fábio Davidson)

Tijolos e muros

Pink Floyd aparece mais uma vez no DoxaCast, desta vez com o clássico de 1979 (The Wall), Another Brick in The Wall (Part Two), na versão ao vivo do álbum duplo Pulse, já sem Roger Waters.

Humor de 1ª na Segunda (61)


Gilmar, via A Charge On Line

Capa da Semana (60)

Quem disse que nunca sai matéria sobre o Brasil
em outros jornais da América do Sul?
Clarín - Buenos Aires

Basta saber escrever?

Gostei muito deste texto que saiu no Estadão do último domingo.

NOVOS TEMPOS
Internet não substitui o repórter
Disturbios no Irã mostram que, apesar da tecnologia, presença do jornalista é imprescindível


Logo após a 1ª Guerra Mundial, o sociólogo alemão Max Weber proferiu uma conferência em Munique sobre jornalismo.

"Nem todos percebem que escrever um texto jornalístico realmente bom exige tanto do nosso intelecto quanto um trabalho acadêmico", disse ele aos estudantes. "Isso se aplica especialmente quando estamos reunindo material para um artigo que tem de ser escrito no momento e tem de ter repercussão imediata, mesmo sendo produzido em condições totalmente diferentes de quando realizamos uma pesquisa acadêmica. No geral, ignoramos que a verdadeira responsabilidade de um jornalista seja muito maior do que a de um acadêmico."

Sim, jornalismo é uma questão de gravidade. A tendência hoje é a de destruir a reputação em vez de elogiar a mídia.

Em meio aos gritos de doutrinação partidária envolvendo a posse do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e os toques de sinos anunciando a morte da imprensa, uma verdade fundamental se perde: a de que ser jornalista é ser testemunha dos fatos. O resto é decoração.

Ser testemunha dos fatos significa estar presente. Nenhum buscador na internet consegue transmitir o odor de um crime, o tremor no ar, os olhos que ardem, os ecos de um grito.

Nenhum buscador de notícias vai lhe falar sobre a cidade devastada suspirando ao anoitecer, nem dos gritos desafiadores ouvidos noite adentro. Nenhum milagre da tecnologia pode reproduzir essa sensação de boca seca que o medo causa. Nenhum algoritmo vai capturar a dignidade sem alarde, não vai provocar a carga de adrenalina que se funde com a coragem nem expor as marcas ainda frescas de uma chicotada.

Indignação

Confesso que, longe do Irã, sinto-me consternado. E tenho refletido sobre a responsabilidade de ser uma testemunha dos fatos . É algo singular: a conexão não quer dizer presença.

Uma parte de mim ficou em Teerã, entre as praças Enquelab (revolução) e Azadi (liberdade), onde vi o povo iraniano se insurgir aos milhões, reclamando seus votos e protestando contra a violação da Constituição.

Nós, jornalistas, devemos seguir adiante. É o que costumamos fazer, como voyeurs insaciáveis. Mas uma vez em mais ou menos uma década isso não acontece. É como se estivéssemos apaixonados. Mas o objeto do nosso amor se vinga, vira o jogo e não nos deixa ficar.

A Constituição iraniana estabelece que o presidente do país é eleito "por voto direto do povo" e não pela invocação fictícia da vontade de Deus. O aiatolá Ruhollah Khomeini, líder da Revolução de 1979, disse em 1978 que "nossa futura sociedade será uma sociedade livre e a pressão, a crueldade e o uso da força serão destruídos".

O regime ficou enfraquecido diante da mentira flagrante, que hoje só é corroborada pela força. Nenhum processo com fins propagandísticos poderá transformar essa mentira em verdade.

Fui um dos últimos jornalistas ocidentais a deixar Teerã. Ignorei a revogação do meu visto de jornalista e permaneci ali enquanto foi possível. Fiquei profundamente revoltado com a submissão ao grupo que cerca Ahmadinejad, que se apossou do poder quebrando o equilíbrio das instituições da revolução e cujo objetivo ficou claro: afastar qualquer testemunha ocular do crime.

Os iranianos testemunharam os acontecimentos – com imagens de vídeo em celulares, com fotografias, por meio do Twitter e outras redes sociais – conseguindo, assim, uma indelével acusação global dos usurpadores de 12 de junho.

Jamais Ahmadinejad falará novamente em justiça sem ser arruinado pelo efeito Neda – a imagem dos olhos sem expressão, a vida se extinguindo e o sangue escorrendo pelo rosto da jovem manifestante Neda Agha Soltan, baleada no peito em Teerã, no dia 20.

O Irã oprime o povo com sua tragédia. Foi insuportável partir. Ainda é. As imagens multiplicam-se pela internet, mas a mídia tradicional, disciplinada para destilar esses fatos, se omitiu.

O mundo ainda observa. Nós, americanos, quando celebramos nosso Dia da Independência, no dia 4, deveríamos ter nos colocado do lado do Irã, recordando a primeira revolução democrática na Ásia, ocorrida em 1905, justamente no Irã.

Hoje, 104 anos depois, os iranianos exigem que sua Constituição seja respeitada. Eles não serão silenciados. A base do regime diminuiu dramaticamente. E as divisões internas aumentam com a deserção de parte do establishment clerical.

Nas minhas memórias, volto a estar na Praça Ferdowsi, no dia 18. Uma mulher me diz com entusiasmo: "Esta terra é minha terra." Ela diz que Ahmadinejad é um "halo sem luz" – frase do hino nacional do Irã.

De um lugar distante ainda ouço esses sons e sinto como se essa distância fosse uma traição não só a todas essas corajosas vozes que podem ser ouvidas noite adentro, mas também à "verdadeira responsabilidade" de um jornalista.


Roger Cohen, colunista,
é especialista em política externa

Retratos & Reflexos (60)


Asseio, sem data, vintage - José Yalenti

De 27 de junho a 30 de agosto, o Centro Cultural São Paulo apresenta a exposição "Foto Cine Clube Bandeirante - 70 Anos". Com curadoria de Iatã Cannabrava e Monica Caldiron, a mostra apresenta 124 imagens de 48 fotógrafos, entre consagrados e pouco conhecidos, pertencentes ao acervo do Foto Cine Clube Bandeirante, instituição fundada em 1939 com o intuito de "fazer da fotografia uma atividade artística", como pode ser lido em muitos de seus anuários. (Texto: Foto Cine Clube Bandeirante)

Serviço
Terça a sexta, das 10h às 20h;
Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Piso Flávio de Carvalho
Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, 1000
São Paulo/SP
(11) 3397-4002

Rock's Day

Olhando para as músicas que já coloquei no DoxaCast, percebi que Rush é a banda que mais se repetiu por aqui. E, realmente, é uma das minhas preferidas. Então, na semana do Dia do Rock - comemorado ontem - o power trio canadense volta a ser a trilha escolhida. Desta vez, Anthem, uma música do segundo álbum, Fly by Night (1975).

Humor de 1ª na Segunda (60)

A propósito, hoje eu volto a correr.
Preciso treinar para a Maratona Pão de Açúcar...
(Via: Bichinhos de Jardim)

Maravilhosa Graça


Um vídeo da Central Christian Church
(via: Pavablog)

Capa(s) da semana (59)


Dois lados de uma mesma moeda. A visão paulista (acima) e a visão carioca (abaixo) do jornal Lance! para a vitória do Timão sobre o Flu, quarta-feira no Pacaembu.

Blogs, jornalistas e presidentes

Semana passada escrevi sobre redes sociais nos governos. Em junho, sobre o Blog da Petrobrás. Hoje, é a vez do Blog do Planalto, que ainda não começou, mas as polêmicas, sim. Fala-se que o blog não admitirá comentários, por exemplo. Talvez porque na vida nada se cria, tudo se copia, e provavelmente seguirá o padrão do blog criado por Obama, o Blog da Casa Branca.

Enquanto o blog não sai e o diploma para jornalista cai, Lula tornou-se, esta semana, colunista de quase 100 jornais. O primeiro texto de Lula saiu no último dia 7 de julho e também está disponível no portal da Secretaria de Imprensa (baixe aqui). Confira a nota do Portal Imprensa, reproduzida no Portal do Governo Brasileiro:

Presidente Lula estreia como colunista em 94 jornais do país
07/07/2009 - 12:01

Portal Imprensa

O presidente Luíz Inácio Lula da Silva iniciou nesta terça-feira (7) a redação de coluna em 94 jornais cadastrados pelo Palácio do Planalto no país. A seção, intitulada "O Presidente Responde", terá periodicidade semanal e será baseado por perguntas enviadas por cidadãos ao chefe de estado brasileiro. A Secretaria de Imprensa da Presidência informa que, jornais interessados em publicar a coluna devem enviar perguntas de leitores para Lula.

Na primeira edição da coluna, o presidente respondeu duvidas sobre gastos com a Copa do Mundo de 2014 -que será realizada no Brasil -, além de falar sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a possibilidade dos cidadãos se cadastrarem ao programa de casa própria pela internet.

Desde 2003, ano em que iniciou o mandato, Lula é responsável pelo programa de rádio semanal "Café com o Presidente", em que responde a perguntas enviadas por eleitores. A Secretaria de Imprensa prevê ainda a criação de um blog até o final deste mês, para divulgar as ações do Executivo brasileiro.

Voltando ao assunto principal de hoje, o tal blog presidencial, segue o artigo de Diogo Mainardi que saiu esta semana na revista Veja.

O Cordeiro do presidente

“O blogueiro de Lula considera que a ‘grande mídia’ – da qual ele e Franklin Martins foram demitidos – ‘é apenas uma ferramenta para perpetuar o status quo de uma elite, veículo de pré-conceitos, defesa de interesses escusos e muito, mas muito cinismo mesmo’”

Jorge Cordeiro? Isso mesmo: Jorge Cordeiro. Ninguém sabe quem ele é. Ninguém sabe o que ele faz. Mas Franklin Martins acabou de contratá-lo para comandar o blog do Lula. O blog do Planalto.

Lula declarou recentemente que, com a internet, a imprensa perdeu “o poder que tinha alguns anos atrás”. E, de acordo com ele, quanto menos poder a imprensa tiver, melhor. Porque isso impede que os jornais tentem “dar um golpe de estado”, manipulando os fatos. Lula, a Arianna Huffington de Caetés, acredita que só agora, com o Blogger, o Facebook e o Twitter, “este país está tendo o gosto da liberdade de informação”. Segundo ele, “estamos vivendo um momento revolucionário da humanidade”.

Jorge Cordeiro, o blogueiro de Lula, tem o perfil do revolucionário da internet. Depois de trabalhar por seis anos como assessor de imprensa da Odebrecht, no período em que a empreiteira se enroscou com Fernando Collor de Mello, ele se distinguiu por sua passagem em jornais como O Fluminense. Quando Marta Suplicy foi eleita, ele ganhou um cargo na área de internet da prefeitura paulistana. Em 2005, arrumou um emprego no Globo Online, sendo demitido menos de um ano depois. Ultimamente, até ser contratado por Franklin Martins, ele mantinha um blog que era lido e comentado sobretudo por ele mesmo. A internet tem esse aspecto revolucionário: o autor de um blog pode ser também o seu único leitor.

Assim como Lula, Jorge Cordeiro dispara contra a imprensa. Seu blog solitário é sua Sierra Maestra. Ele considera que a “grande mídia” – da qual ele e Franklin Martins foram demitidos – “é apenas uma ferramenta para perpetuar o status quo de uma elite, veículo de pré-conceitos, defesa de interesses escusos e muito, mas muito cinismo mesmo”. VEJA, Folha, Estado, Globo: o blogueiro de Lula condena todo o “(tu)baronato” da imprensa, acusando-o de irresponsabilidade, de tendenciosidade, de forjar a roubalheira dos mensaleiros e de montar uma farsa golpista no episódio dos aloprados, a fim de evitar o triunfo histórico de “Lulaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!”.

O blogueiro de Lula, como o próprio Lula, argumenta que há mais liberdade e mais pluralidade nos blogs do que na imprensa. Os elogios aos blogs cessam no momento em que eles abusam dessa liberdade e dessa pluralidade para – epa! – falar mal de Lula. Ricardo Noblat se torna automaticamente “dissimulado, prepotente, mentiroso”. E Reinaldo Azevedo é ironizado por seus tumores, que o blogueiro de Lula apelida de “bolotinhas”.

Eu? Eu sou um “dândi”. Tenho de levar “uma bela cusparada” e, como Paulo Francis, “sucumbir a inúmeros processos”. Na semana passada, renunciei espontaneamente ao meu trabalho na internet. O blogueiro de Lula comemorou minha despedida com o seguinte comentário: “U-huuuuu!!”. Agora que Lula tem um blog, e que pretende trocar a imprensa por spams, sou eu que comemoro minha saída da internet: “U-huuuuu!!”.

Retratos & Reflexos (59)

Uma foto que ilustra o período de férias da garotada.
(Foto: Fábio Davidson)

Trilhas

A Globo deve ter uns roqueiros de plantão que, de vez em quando, dão seus pitacos nas escolhas das trilhas dos programas. Outro dia escrevi sobre a abertura do Profissão Perigo, que aqui no Brasil tornou o Rush conhecido - pelo menos um pedaço da sua música. Ontem, estava ouvindo o programa Rock Cine, da rádio Kiss FM e descobri outra curiosidade. Agora é a vez de um programa que começou como Globo Shell Especial, em 1971, e já foi eternizado pelo apresentador Sergio Chapelin como Globo Repórter, desde 1973. A abertura é um trecho de Freedom Of Expression, da trilha sonora do filme The Vanishing Point (1971), que no Brasil ficou conhecido como Corrida Contra o Destino. O mais interessante é que a música é atribuída à banda The J. B. Pickers, sobre a qual praticamente não há nada na Internet. A única coisa que encontrei foi uma referência no site Whiplash!, segundo o qual "The J. B. Pickers não existe. É um nome fictício utilizado então exclusivamente na gravação de duas faixas deste filme, The Vanishing Point. Seus músicos são contratados de estúdio e não há disponível no momento a relação de seus nomes". Segundo apurou-se, J. B. seria Jim Bowen, responsável pela trilha sonora do filme, sobre o qual achei algo no IMDb.
Você confere a música, na íntegra, essa semana no DoxaCast.

Na tela
Confira as aberturas do Globo repórter, desde 1973 até 2008:

Humor de 1ª na Segunda (59)


Capa da Semana (58)

A primeira página é da semana passada, mas a polêmica que gerou vale um espaço por aqui. Você concorda com a manchete “Nasceu negro, ficou branco e vai virar cinza”, que o jornal Meia-Hora, do Rio de Janeiro, estampou na sexta-feira passada? É, parece que o Notícias Populares não morreu!

Política, Eleições e Redes Sociais

Na minha adolescência, lembro-me de ficar surpreso com inovações tecnológicas como o videotexto, disponibilizado pela então TELESP (atual Telefonica). Depois, era possível acessar os primórdios da Internet, até então chamada de BBS (Bulletin Board System), quando se destacou Aleksander Mandic.
Tudo isso demorou umas duas décadas. Mas, daí para frente, o avanço e a criação tecnológicas alcançaram uma velocidade inimaginável. Hoje, fala-se em Web 2.0, a ampliação das redes sociais. E eu, que sempre gostei desta área, ainda fico meio perdido quando leio alguma revista sobre informática. Tudo acontece muito rápido.
Polêmicas surgem com o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo, com a liberdade dos blogs, o crescimento do Twitter. E, em meio a tudo isso, esta semana fui surpreendido pelo Portal do Governdo do Estado de São Paulo. Primeiro, uma decisão interessante de reunir em um lugar acesso aos principais serviços e informações do estado. Claro que não dá para desvincular de uma finalidade de propaganda eleitoreira. Mas, é uma linha tênue que divide este tipo de propaganda, da divulgação de obras e feitos. Agora, o que me chamou a atenção foi o ícone Redes Sociais. Ao passar o mouse sobre o ítem, é possível ter acesso às páginas oficiais do governo no Twitter, YouTube, Facebook, Flickr e Orkut. Os números não são tão expressivos. No Twitter, até ontem, eram pouco mais de 4 mil seguidores (Marcelo Tas tem mais de 122 mil). Os vídeos do YouTube quase não tem acessos. Por outro lado, José Serra tem quase 20 mil seguidores no seu Twitter, onde fala de futebol, cinema, economia e... um pouquinho de política, mas de uma forma bem pessoal. Se ele tem um ghost twitter writer, não sei.
A prefeitura paulista também passou a utilizar o termo Portal, mas ainda não indica nenhuma rede social oficial, o que acontece, também, no Rio de Janeiro, tanto no governo municipal quanto no estadual. Não verifiquei todos os estados, mas Paraná (e a capital, Curitiba) também não aderiu às redes sociais (pelo menos na página oficial).
Achei um paralelo no governo de Santa Catarina que, embora não indique na sua página, montou um blog - chamado E-GOV Blog - onde são indicados os endereços no Twitter (menos de 100 seguidores), Flickr e Wiki.
A mesma estratégia dos tucanos em São Paulo foi utilizada pelo governo mineiro - de Aécio Neves - que, além de chamar seu portal de Minas On-line, dá destaque às redes sociais no YouTube, Flickr e Twitter (menos de 500 seguidores, até ontem) e tem um adicional, um blog.
Bom, saindo das páginas oficiais de governos, a outra bola da vez - embora muitos digam ser uma candidatura "boi de piranha" (para tirar a atenção do verdadeiro candidato petista) - é Dilma Rousseff, que tem um blog, canal no Twitter (mais de mil seguidores), perfil no Orkut (com o nome de Blog da Dilma Presidente) e, embora não seja um canal oficial, é indicado pelo blog o canal de Tempilun, no YouTube.
E é com Dilma que a Web 2.0 já começa a dar problemas. O perfil da Petrobras no Twitter trouxe link para a campanha da Dilma, segundo O Globo.
Dos pretensos candidatos a presidente, Ciro Gomes ainda não engatou sua campanha virtual. O site indica "previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2009", que acabou na última terça-feira.
Ou seja, Barack Obama faz seguidores no mundo virtual. Prevejo grande trabalho para o TRE na descoberta e punição aos crimes eleitorais. Aliás, a Lei Eleitoral deveria sofrer algumas mudanças, prevendo as inovações tecnológicas. Na verdade, a monitoria da campanha deve ficar em nossas mãos, mesmo. Talvez um caminho para que continuemos a monitorar a conduta dos candidatos, depois de eleitos.

Retratos & Reflexos (58)

Passando pelo centro de São Paulo, descobri o que quer dizer "passar por cima da arte". No caso, a intervenção 3D do artista plástico Eduardo Kobra, na Praça do Patriarca.

 Olhando daqui, não parece muita coisa.


Mas, de outro ângulo...
(Fotos: Fábio Davidson)


Confira uma matéria da Jovem Pan Online, feita sobre esta obra de arte:

O artista repetiu a façanha, ao vivo, no Fantástico de 21 de junho:

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