Brasileiros. No site é possível - literalmente - folhear algumas páginas da revista. Requer um pouco de habilidade com o mouse, mas até que é divertido. A revista tem à frente um trio de "superpoderosos": Hélio Campos Mello, Nirlando Beirão e Ricardo Kotscho. A proposta é apresentar reportagens com os personagens ilustres e também com os desconhecidos que constroem a história do dia-a-dia do país, como pode observar-se nos dois trechos de entrevistas abaixo:
Em novembro de 2006, Kotscho foi entrevistado por Paulo Lima, para o Observatório da Imprensa e definia como seria a revista:
No livro [Do Golpe ao Planalto: Uma Vida de Repórter], você escreveu que "o sonho de todo jornalista é fazer um jornal novo". Suponha que você teria essa oportunidade. Como seria esse jornal?
R. K. – Olha só que coincidência: nesse exato momento, junto com dois colegas (Hélio Campos Mello e Nirlando Beirão), que têm a mesma idade e tempo de serviço do que eu, estou trabalhando no projeto de uma revista mensal de reportagem, inspirada na antiga Realidade, a melhor publicação que a imprensa brasileira já produziu. Vai se chamar Brasileiros e tratará exatamente de pessoas e lugares que não estão na mídia. Deve sair no início do próximo ano. Em vez de ficar reclamando da vida e dos salários, carpindo a saudade dos "velhos tempos", resolvemos fazer como o Mino Carta: vamos criar nossos próprios empregos.
Ainda sobre a parceria e sobre a concorrência no setor, Kotscho foi entrevistado por Thais Arbex Pinhata, aluna de jornalismo da Cásper Líbero:
E qual é a equipe [da revista Brasileiros]?
O Hélio Campos Mello, que foi diretor da IstoÉ durante 12 anos, o Nirlando Beirão, que já fez de tudo, e eu. Nos conhecemos quando trabalhamos na Istoé na década de 1970, com o Mino Carta. Nós três, jovens frilas e colaboradores faremos a revista. É assim: alguém manda uma pauta, e se a gente gostar ele já recebe sinal para começar a fazer. A idéia é ter muitos colaboradores.
As comparações com a piauí têm fundamento?
Não tem nada a ver. Eu não sei de onde tiraram isso. A piauí é completamente diferente. É uma revista de texto, de ensaios, quase não tem fotografias. O projeto gráfico é completamente diferente. Tem muitas matérias traduzidas. Nós não vamos ter nada disso. O formato da nossa revista, cujo o projeto gráfico é do Hélio de Almeida, será mais próximo do que foi a Realidade. A Brasileiros será o avesso, exatamente o contrário da piauí.
Outro lançamento
Agora, resta arrumar tempo (e dinheiro...) para ler, afinal temos material bom e disponível. E, falando em lançamentos, também chegou às bancas nesta semana a revista Cristianismo Hoje. Embora o site ainda esteja um pouco pesado/lento, é possível ter uma idéia da linha editorial. Segundo informa, a revista "tem uma parceria com o grupo Christianity Today International, fundado em 1956 e um dos mais importantes grupos de mídia cristã impressa e virtual do mundo com 11 revistas e 28 sites de conteúdo". Confira a versão on line americana da revista.
A versão impressa da primeira edição tem boas matérias, artigos e entrevistas, como a realizada com o escritor Max Lucado. Aguardarei ansioso a próxima coluna do Carlo Carrenho, intitulada Os outros seis dias, que promete ser um diferencial na revista, juntamente com o PavaZine#, do Sérgio Pavarini. No mais, a revista é bastante segmentada, com orientação clara para o leitor evangélico (isso eu não acho tão legal). Como crítica, observo alguns pontos:
1. Chama a atenção a chamada de capa para uma matéria sobre homossexualismo. O problema é que o termo "homossexualismo" vem sofrendo, pela onda do politicamente correto, uma alteração para homossexualidade. Isso porque em 17 de maio de 1993 a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou o termo "homossexualismo" (indicativo de doença) da Classificação Internacional de Doenças (CID), onde figurava sob o nº 302.0 entre os Desvios e Transtornos Sexuais. A partir da décima revisão, a homossexualidade passou apenas a ser citada no código F66, juntamente com a heterossexualidade e a bissexualidade, entre as ''variações de desenvolvimento sexual". Na versão americana da revista, usou-se o termo "homosexuality", em artigo do próprio Tim Stafford;
2. Ainda sobre a matéria sobre comportamento, não gostei da estética da matéria, já que o fundo preto das duas páginas iniciais (60 e 61) possuem uma fonte pequena que dificulta (cansa) muito a leitura;
3. Erros de revisão são comuns - embora não devessem ser, principalmente em uma revista com periodicidade bimestral. Mas, são um problema maior quando estão em lugares de destaque, o que aconteceu no sub-título (ou linha fina) da matéria Inocentes sob risco, onde está grafada incorretamente a palavra "infanticído". Já que no transcorrer da matéria o termo está correto (ainda bem!), deve ter sido apenas uma falha de revisão, o que também aconteceu no histórico do Ricardo Agreste (página 27), onde um sinal de parêntese ficou solto na frase.
Rapidinhas
* Frustrei minhas expectativas ao assistir alguns trechos do Provocações de ontem, na TV Cultura. Antonio Abujamra deixou o terreno preparado para que José Dirceu montasse seu palanque de defesa. O pior é que o programa ainda terá uma continuação na semana que vem.
* Outro palanque montado com finalidades não muito ortodoxas é o do espaço aberto para Fidel Castro na Caros Amigos. Ainda bem que o entrevistado deste mês vale a leitura da revista. Muito embora eu não entenda algumas posturas (leia-se, jornalísticas) do Paulo Henrique Amorim, admiro seu trabalho. Por exemplo, fiquei surpreso com a forma que ele conduziu a propaganda, quero dizer, a matéria sobre o bispo Edir Macedo, sobre a prisão dele há 15 anos, mas com clara publicidade para o livro lançado - esta semana - sobre o líder da Igreja Universal e empresário à frente da Record. De qualquer forma, na entrevista da Caros Amigos, Amorim expõe um pouco dos bastidores da política, economia e das redes Globo, Bandeirantes e Record. Vale a pena conferir!
Capa da Semana
Já que escrevi um pouco sobre a nova revista Cristianismo Hoje, aí vai a capa da primeira edição:
(Este post foi editado e revisado às 11h00)
Sou daqueles que se perdem (e perdem a hora) em bancas de jornais, livrarias, sebos e afins. E é perceptível a quantidade de novas publicações que surgem, para os mais variados gostos e estilos. Recentemente escrevi sobre a Piauí. Esta semana, descobri outra revista interessante, a Este é o objetivo deste blog: expressar opiniões,
levantar debates, gerar reflexões.
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Humor de 1ª na Segunda
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Escreva para: refletir@gmail.com
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Ekklesial: corruptela da palavra grega Ekklesia (igreja), que significa "chamados para fora”, "convocados", "assembléia".
No nosso grupo há de tudo um pouco: filósofo, teólogo, jornalista, editor, publicitário, videomaker. Todos dispostos a pensar, debater, discutir e tentar concretizar medidas práticas na sociedade.
Alguns momentos das reuniões da Confraria Ekklesial são registrados e dão origem ao programa zOnA dA RefOrmA. Também há entrevistas e programas especiais.
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