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Pipoca

Hoje vou deixar as revistas de lado. Vou indicar dois filmes que abordam o jornalismo e foram feitos pelo mesmo diretor, o fantástico Billy Wilder.

Samuel Wilder nasceu em 22 de Junho de 1906, na Galicia (atual Polônia) e morreu em 27 de março de 2002, nos EUA, aos 95 anos. Inicialmente, queria ser advogado, mas acabou trabalhando como repórter, primeiro em um jornal vienense e, depois, em um grande tablóide em Berlim. Em 1929 começou a escrever roteiros para filmes alemães mas, com Hitler no poder, devido sua ascendência judia, fugiu para Paris em 1933 e, depois, foi para os EUA.
Tornou-se roteirista, cineasta e produtor, trabalhando em mais de 60 filmes, como Farrapo Humano (1945), que recebeu o Oscar de Melhor Filme, Direção e Roteiro. Também foi um dos roteiristas da primeira versão de Casino Royale, da saga de James Bond. E destacou-se nas comédias Quanto mais quente melhor (1959), com Marilyn Monroe, e Se meu apartamento falasse (1960), que lhe valeu o Oscar de Melhor Filme e Melhor Direção.

No início da década de 50 Wilder filmou um clássico que aborda a questão ética no jornalismo, além do fenômeno do "circo da mídia", isso em um tempo que não tinha Internet e a televisão começava a engatinhar. Ace in the Hole (ou The Big Carnival) - no Brasil saiu como A montanha dos Sete Abutres - traz Kirk Douglas no papel do jornalista Charles "Chuck" Tatum. O filme é baseado no livro Trapped!, de Robert K. Murray e Roger W. Brucker, que aborda um acontecimento real, quando um nativo ficou preso em um gruta após um desmoronamento. O que seria apenas um resgate, graças à chegada do jornalista Skeets Miller, do Courier Journal, torna-se uma verdadeira saga. Miller traça o perfil diário dos acontecimentos, o que lhe rende o Pulitzer, um dos mais importantes prêmios jornalísticos dos EUA. O filme é em preto em branco e ainda não consegui encontrar versão legendada em DVD, só em VHS.

Mais de 20 anos depois, Wilder volta a abordar o tema, agora na comédia The Front Page (1974). Foi a terceira adaptação para cinema do texto da peça de Ben Hecht e Charles McArthur (depois houve uma quarta, em 1988 - Troca de maridos). O filme aborda o dia em que o principal repórter de um jornal de Chicago, Hildy Johnson (brilhante atuação de Jack Lemmon), resolve abandonar a carreira para casar e sair da cidade. Seria apenas mais um dia, se não fosse a véspera da execução de um réu. O editor do jornal, Walter Burns (interpretado por Walter Matthau), não quer perder seu brilhante jornalista e usa de todos os artifícios para convencê-lo a ficar, pelo menos até a ida do condenado à forca. Para melhorar, este consegue fugir da cadeia em circunstâncias suspeitas. Imperdível. Aliás, fiquei muito feliz em conseguir, depois de alguns anos, encontrar uma versão restaurada, em DVD, deste flme, na Livraria Cultura. Também é possível comprar diretamente do site da Versátil.

Há um tempo, escrevi sobre alguns dos filmes que formam minha videoteca jornalística pessoal (espero, em breve, incluir minhas últimas aquisições). A Wikipedia também tem uma lista interessante de filmes que abordam o jornalismo.
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No topo
A 8ª edição da pesquisa realizada pela Meio & Mensagem revela quais são os veículos de comunicação mais admirados, dentro do universo dos leitores da M&M, ou seja, basicamente profissionais do mercado publicitário. Confira as primeiras colocações:
TV Aberta
Globo
Cultura
TV Paga
GNT
Globo News
Jornal
O Estado de S. Paulo
Folha de S. Paulo
Revista
Veja
Exame
Obs.: A Piauí já aparece em 7º lugar
Rádio
CBN
Eldorado
Internet
Google
UOL

Capa da Semana
Na verdade, escolhi duas primeiras páginas para esta semana. A primeira, é do jornal italiano La Stampa, que conseguiu diferenciar-se de todas as outras publicações locais, ao expressar na imagem a partida do jornalista e escritor italiano Enzo Biagi, que morreu na última segunda-feira.

Biagi trabalhou na imprensa escrita, rádio e televisão, sendo que mais de 40 anos na emissora pública RAI, local onde ficou notório seu choque com Silvio Berlusconi, antes deste eleger-se primeiro-ministro. As questões entre os dois levou Biagi a deixar a emissora, em setembro de 2002, e deu origem a um um livro, Quello che non si doveva dire (Aquilo que não se deve dizer), lançado em 2006 e cuja capa também é uma obra prima.

A segunda capa de jornal desta semana é do Apple Daily, deTaiwan. Confesso que não entendo uma letra (desculpe se tiver algo ofensivo), mas achei o máximo no quesito confusão gráfica (claro que na minha visão ocidental). De qualquer forma, exercite a criatividade e deixe nos comentários um título - em português, claro - para as fotos e gráficos (estão numerados).

2 Opiniões:

Pablo Ramada disse...
8/11/07 11:42 AM

Engraçado no jornal de taiwan, é que são tão tradicionais em algumas coisas e colocam uma foto quase porno, quem entende?

Visitar seu blog é uma boa viagem cultural.

Abraços!

vitorferolla disse...
15/11/07 2:39 PM

isso acontece pq lá eles escrevem de cima para baixo...


por isso, aí a forma de leitura é diferenciada... =P

abração fica com Deus


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