IMPRESSOS EM CRISE Por Luiz Egypto em 11/6/2008 | |
O caderno "Mais!" da Folha de S.Paulo publicou domingo passado um alentado artigo do jornalista americano Eric Alterman, dado originalmente na revista The New Yorker, em 31 de março passado. Este texto, aliás, foi comentado por articulistas deste Observatório no início de abril (ver "O relógio e o calendário", "A sobrevivência dos jornais impressos" e "A jovem mídia e os mamutes de papel"). O ponto central do artigo é um tema que vem tirando o sono de publishers e editores: o que será dos jornais, no médio e longo prazos, diante do crescimento avassalador das novas plataformas digitais multimídia? Para que servirão notícias e análises apresentadas em papel impresso se as mesmas informações podem chegar ao consumidor final num computador portátil, em um pager ou telefone celular? A revolução digital está apenas no início. Já provocou mudanças notáveis no jornalismo e ainda deverá ter impacto muito maior sobre o ofício. Mas tomando-se o jornalismo como um negócio de inquestionável interesse público, convém notar o que mudou nos jornais que, premidos pela crise, adotaram sistemas de gestão nos quais os jornalistas estão alijados das instâncias mais importantes de decisão empresarial. Nesses casos, a tendência foi de que a compulsão pelo lucro levasse de cambulhada a qualidade editorial. E daí para perda de leitores e anunciantes foi um pulo. Se há uma boa notícia nesse ambiente conturbado é que nada está pronto e acabado, tudo está em processo. O futuro dos jornais e revistas vai depender do quanto investirem na informação verificada e na credibilidade editorial. Nesses quesitos, podem ser diferenciados e imbatíveis. Na verdade, é uma questão de sobrevivência. |
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