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Ponto cultural no Centro de São Paulo

Ontem, 30/08/07, foi a inauguração da Livraria da Editora da UNESP, na Praça da Sé (centro de São Paulo), no mesmo lugar onde Monteiro Lobato abriu sua gráfica e editora, em 1924.

Convidados conhecem as novas instalações da livraria (Foto: Fábio Davidson)


Aberta ao público a partir de hoje, além do catálogo da Editora da UNESP, a livraria conta com publicações universitárias e também de interesse geral. O local também abrigará uma livraria-escola, para formação profissional de alunos da Universidade do Livro, vinculada à Fundação Editora da UNESP.
Confira! A livraria fica na Praça da Sé, 108 e está aberta de segunda à sexta-feira, das 9 h às 19 h, e, aos sábados, das 9 h às 13 h. O telefone para contato é: (11) 3107-2623.

Confraria Cultural

Aos poucos, alguns dos membros da Confraria (Carlos, João e Volney) foram encontrando-se na inauguração da livraria da Editora da UNESP, em São Paulo. (Foto: Fábio Davidson)

Dicas

Ainda no assunto do dia - Jornalismo - confira o artigo desta semana do Mario Persona.
E, se estiver a fim de montar uma igreja, não perca uma ótima oportunidade no Verticontes.

Atestado

É um verdadeiro atestado de ineficiência pública a notícia que saiu hoje no Estadão. Segundo o jornal, a Secretaria de Educação finalizou um projeto para implementar, a partir do ano que vem, aulas preparatórias destinadas a alunos do 3º ano do ensino médio - cerca de 800 mil alunos por ano - que pretendem ingressar em alguma faculdade, ou seja, uma espécie de cursinho.
Ao invés de investir no próprio ensino público regular, a máquina do estado será movimentada a fim de (tentar) suprir a falta de conteúdo e qualidade nos 12 anos de ensino anteriores, tudo em apenas um semestre. Sobre o assunto, a fala do professor Nilson Machado (Faculdade de Educação da USP) é contundente:
“Isso acaba sendo uma caricatura de um cursinho de verdade, e ainda não vai ser com a mesma qualidade. Aliás, o próprio cursinho é supervalorizado, é um apêndice. A gente tem de ver é como não precisar dele. O cursinho só existe porque temos uma educação básica precária e que precisa ser revista. A saída certamente não é por aí”.
Na mesma página (A24), o jornal apresenta matéria sobre a dificuldade do Brasil cumprir os Objetivos do Milênio, metas traçadas pelos países membros da ONU para 2015. Entre elas, destaco: "Ensino básico de qualidade para todos".

Notícias Populares
Primeira página de hoje do Amazônia Jornal:

Palmas

Semana passada você conferiu o que o talento pode produzir apenas com a voz. Nesta semana, além da voz, ouviremos os sons que o corpo pode produzir. Um dos melhores representantes brasileiros do gênero percussão corporal é o Barbatuques, grupo que surgiu em 1996, a partir das idéias e pesquisas de Fernando Barba.
O som que você ouve é Do Mangue a Manga, de Fernando Barba, faixa do primeiro trabalho do grupo, Corpo do Som (2002). Nesta música, além do corpo, o arranjo inclui violão, guitarra, baixo e pife (flauta de madeira).
Para quem curtiu e quiser se aventurar no mundo da percussão corporal, entre no site e verifique, pois o grupo realiza workshops regulares.
E também procure nas lojas o segundo CD, intitulado O seguinte é esse (2005).
Mais interessante do que ouvir, é ver a performance do Barbatuques. Fui a um show deles com meus filhos há cerca de dois anos e até hoje eles não se esquecem. Então, pause o DoxaBrasil Online e dê uma olhada no trabalho do grupo:

Na faixa

Quem puder ir, vale a pena:

Qual o seu preço?

Para você que está "cansado", recomendo que pare um pouco para respirar e aproveite para ler uma boa reflexão, de um caro amigo. Bom final de semana!

PREZADO LEITOR

Sociedade estranha essa. Já reparou que é na ponta do iceberg que reparamos? Todavia, iceberg mesmo é aquele montão de gelo mais embaixo. É o sujeito oculto dos mares. Às vezes penso até que tudo não passa de um problema de comunicação. Explico.
Conheço um sujeito que aparentemente nunca erra. Olhando mais de perto, porém, o que ele tem é uma boa comunicação, boas justificativas para seus erros e um bom passe de bola. Para seu erro ir parar nos pés do outro.
Estamos cansados de traficantes, ladrões e corruptos, não estamos? Mas não existiriam traficantes se não existissem viciados, ladrões de carro ficariam a pé se faltassem receptadores e como alguém pode ser corrompido se não existir um corruptor? É a lei da oferta e da procura. Nessa cadeia, geralmente a parte oculta do iceberg é a que usa gravata. Fora da cadeia.
Como também uso gravata, a lição que aprendi com um motorista de táxi também serve para mim. Viaje comigo nesta corrida de "Três reais".
Mario Persona

TRÊS REAIS
© Mario Persona

O táxi que me levava ao aeroporto era dirigido pela tartaruga em pessoa. Não que o motorista fosse lento. Não era. Apelidei-o de 'tartaruga' só por ser enrugado e vivido.
E também por lembrar a tartaruga da fábula de Esopo, "A lebre e a tartaruga", recontada por La Fontaine, onde não é a autoconfiança que vence, mas a perseverança que vem do reconhecimento das próprias limitações. O motorista era assim. Velho e calejado de erros que não se preocupava em esconder.
De vez em quando faz bem encontrar alguém consciente de suas próprias falhas, de seus limites, e que não acredita tanto assim em si mesmo. Não, você não vai ouvir de mim a frase "acredite em si mesmo". Acreditar mesmo, só em Deus, que não pode falhar.
Todas as vezes que me empolguei e acreditei em mim mesmo descobri depois que eu estava mentindo para mim com o objetivo de me manipular. Acha estranho? Quando você se vir frente a frente consigo mesmo vai entender.
Depois de uma certa idade a gente começa a aprender o que é o ser humano -- e mais particularmente o 'eu humano'. Começa a entender que covardia, miopia, orgulho e mentira são acessórios que vêm de fábrica, prontos para usar. Qualquer pessoa tem potencial para falhar.
O problema é que tentamos nos convencer de que não falhamos e -- já que em todo crime sobra um corpo -- passamos a nos explicar e a procurar alguém para culpar, na tentativa de tirarmos o corpo fora.
Quando vira hábito passamos a vida procurando alguém pior para podermos nos comparar. Então o que bebe explica que não toma drogas, o viciado avisa que não rouba e o ladrão diz que não mata. Vai me dizer que você nunca se explicou assim?
Um pouco antes de entrar no táxi eu tinha trocado alguns minutos de prosa com alguém com o mesmo número de anos daquele motorista, mas que enxergava um mundo onde todos erravam, menos ele. Não que o motorista pensasse o contrário ou achasse todo mundo bom, menos ele. Na verdade ele não nutria ilusões acerca de pessoa alguma, ele incluso.
Ex-policial, contou do tempo em que era mandado participar, à paisana, de manifestações. Seu papel era distribuir bombinhas para assustar os cavalos da polícia e instigar manifestantes pacíficos a ficarem violentos. O objetivo? Fazer o pau comer para justificar o cassetete amplo, geral e irrestrito. Evidentemente ele saía antes.
Em outras ocasiões infiltrava-se em reuniões de manifestantes para descobrir quem estava patrocinando, só para descobrir o próprio governo por trás da manifestação daquele bando de manipulados que acreditava fazer oposição.
E foi depois de confessar que cumpria ordens das mais imorais, que contou ter transportado, no dia anterior, um passageiro costumeiro naquele trajeto até o aeroporto. Quando o passageiro -- um advogado do tipo lebre, apressado e autoconfiante -- reclamou da corrupção, o calejado motorista retrucou que corruptos todos somos.
Do alto de seus 26 anos de idade, o pequeno doutor se defendeu afirmando ser incorruptível, de reputação ilibada, lisura profissional imaculada, lhaneza no trato, e mais uma dúzia de adjetivos que mais se atribui quem menos tem.
Antes que o motorista pudesse explicar por que considerava todos -- inclusive a si próprio -- corruptíveis, tinham chegado ao destino. Depois de receber pela corrida, o motorista entregou ao advogado um cartão com uma sugestão:
-- Ao invés de chamar a Central de Rádio-Taxi, da próxima vez ligue direto para mim que vai economizar três reais, que é o que a central está levando nesta corrida. A gente faz o negócio por fora e a Central nem precisa saber.
-- Ótimo, vou fazer isso -- respondeu o advogado interessado -- É sempre bom economizar algum.
-- Bem, agora que já o convenci a chutar a Central para escanteio, como eu estava dizendo, que todos somos corruptos não resta dúvida. O que varia é o preço. No seu caso, três reais. Tá muito barato, doutor.

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---Mario Persona é escritor, palestrante e consultor de comunicação e marketing.
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MARIO PERSONA CAFE.

Aproveite
Se você gostou do estilo do Mario Persona, aproveite e converse com ele pessoalmente, no próximo dia 4 de setembro, às 19h, na Livraria da Vila - Jardins (Alameda Lorena, 1731) . Ele vai lançar seu sexto livro, Dia de Mudança, pela Editora Landscape. O prefácio é de Max Gehringer.

Ali Babá

O Procurador Geral da República já identificou os 40... Mas, quem seria o Ali Babá???
Ontem escrevi sobre o jornalismo de revista. Aliás, preciso fazer um adendo. O termo correto para a função de Fidel Castro na Caros Amigos é colunista (e não articulista, como coloquei). E hoje vou escrever sobre jornalismo impresso diário, pois fiquei surpreso com a qualidade do infográfico publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, ontem, resumindo o escândalo do mensalão e nomeando todos os 40 citados na denúncia que está em análise no STF. A infografia, quando feita jornalisticamente e com qualidade, valoriza a imagem e o texto.
E, falando em imagem, o julgamento do STF demonstrou que a tecnologia não tem limites. Durante as enfadonhas discussões e pareceres, os compenetrados ministros, à frente de seus notebooks, não imaginavam que as lentes astutas dos repórteres fotográficos poderiam esquentar mais ainda a sessão. Na última quarta-feira, o fotógrafo Roberto Stuckert Filho, de O Globo, mirou suas lentes para as telas dos notebooks, o que possibilitou desvendar conversas eletrônicas entre os ministros Carmen Lúcia e Ricardo Lewandowski, realizadas através do sistema interno do STF. O jornal O Globo publicou trechos do bate-papo on line, na edição de ontem (23/08). E não foi durante um curto período. Foram divulgados diálogos desde às 11h57 até depois das 16h. A chamada de capa do jornal foi: Ministros do STF combinam e antecipam voto por e-mail, para a matéria de página 3, com a manchete: Voto Combinado na rede.
Em tempo:
E, já que ontem eu destilei minhas críticas à imprensa, além do elogio para a infografia do Estadão, hoje também vou elogiar a qualidade da disponibilização on line do jornal O Globo. O acesso é gratuito (mediante cadastro prévio) e o conteúdo é de fácil interação, localização e manipulação das páginas.

Cuba libre

Essa semana fui presenteado com a última edição da revista Caros Amigos. Fui assinante durante um bom tempo e, ultimamente a equipe de assinaturas tem me assediado para retornar, primeiro por telefone, agora com esse exemplar de degustação. Agradeço mas, no momento, não tenho interesse, até mesmo devido a uma imensa falta de tempo para ler a revista da forma que ela merece. Gosto da revista, com seus tons e sobretons, com seus articulistas mais e menos engajados, enfim, com a sua posição esquerdista, muito embora a definição de esquerda no Brasil fique cada vez mais obscura.

Aliás, falar em imprensa escrita é complicado. Veja é uma grande vitrine com alguns editoriais entre relógios, carros e afins. Época é a sucursal da novela das 8. CartaCapital, depois da saída de Bob Fernandes não é mais a mesma. Ou tudo está errado ou eu sou crítico demais. Alguém tem uma dica de um bom semanário que traga notícias na dose certa? Felizmente, o que salva são os blogs jornalísticos ou de jornalistas, além daqueles mantidos pelo público em geral, que às vezes têm mais qualidade do que uma revista ou um jornal.

Porém, o que me levou a escrever aqui hoje sobre a Caros Amigos foi seu novo articulista. Nada mais, nada menos do que Fidel Castro!!! A chamada de capa incita o leitor a conferir. E eu conferi. Oportunamente o tema do artigo de Fidel foi sobre os boxeadores desertores (?) cubanos no Pan 2007. É quase um editorial. De qualquer forma, Fidel (ou seu ghost writer) escreve bem, em um tom quase sereno (para aqueles não conhece seu passado - e longo passado - político). Particularmente sinto-me dividido pela situação de Cuba. Em primeiro lugar, ressalto que nunca fui para lá. Sei das coisas pelo que leio e, principalmente, por amigos que conheceram a ilha de Fidel. E, por esses relatos, por um lado, sou favorável, uma vez que o trabalho com educação e saúde é primoroso e igualitário. Por outro lado, não tenho como ser favorável quando o instrumento para manutenção do poder é anti-democrático, totalitário e déspota (são praticamente sinônimos mas, tudo bem).

De qualquer forma, sempre que falo em Cuba lembro do filme Buena Vista Social Club. Fico impressionado com a simplicidade dos músicos cubanos, vivendo no que, para nós é uma situação miserável mas, para eles é um paraíso. A tranqüilidade e felicidade dos idosos, tocando pianos desafinados, andando em seus carros caindo aos pedaços, em ruas que mais parecem saídas de um filme dos anos 50. Mas, são felizes. O ponto de mutação do filme ocorre quando os músicos são convidados para conhecer Nova York, quando tocam no Madson Square Guarden (se não me engano). É visível o deslumbramento deles com a metrópole, a cidade de arranha-céus, carros potentes e pessoas bem vestidas.

Meus críticos afirmam que é necessário apresentar ao povo cubano o que há além das águas que cercam a ilha. Não discordo totalmente. Só fico pensando se é prioridade, realmente que, não só eles, como nós, tenhamos acesso ao mundo da P&M, a propaganda que nos faz trocar de celular a cada seis meses, de carro a cada ano e a ficar insatisfeito com nossos lares, pois não dispõe de toda infraestrutura que o novo lançamento ao lado pode nos oferecer.

O que me impressiona é que, a despeito do que entendamos como miséria, os músicos cubanos aparentavam felicidade e viviam, a seu modo de ver, bem. Depois de conhecerem a "cidade grande", um a um estes músicos vêm morrendo. Será que morreram felizes ou arrependidos e desiludidos?

Aliás, essa semana minhas filhas menores ficaram doentes e ataquei de "pãe" (pai + mãe). Na oportunidade, ajudando o mais velho a fazer lição de casa, me deparei com a situação de explicar para ele o que era renda per capita. E, na seqüência, se ela era um termômetro de boa ou má situação no país. Lógico que caímos na questão da má distribuição de renda. Em um país onde muitos ganham pouquíssimo e só alguns ganham a grande fatia, penso em qual autoridade temos para criticar ou apoiar a situação cubana. Acredito que, primeiro, precisamos fazer nossa lição de casa. Em um país onde grande parte da população se vê "amparada" em uma Bolsa Família mensal de cerca de R$ 75, enquanto muitos de nós gastamos isso em um ou dois jantares, algo está errado. Muito errado. E não basta apenas cansar... É preciso coragem para mudar.

Ademais, fiquei ansioso para ler o próximo artigo do "capitán"! Talvez degustando uma cuba libre, a bebida que unifica sistemas de governo opostos, uma vez que reúne um dos símbolos do capitalismo estadunidense - a Coca-Cola - e uma bebida típica da Cuba socialista - o rum.

Dois coelhos

Essa é para quem curte filmes antigos e música vocal. Na trilha dessa semana, no DoxaBrasil Online, uma versão a capella pelo Take 6 para o clássico Just In Time.

Take 6 - Um dos mais respeitados grupos vocais americanos, o Take 6 teve seu início em 1980, no estado do Alabama (USA). Inicialmente um quarteto, recebeu os nomes de The Gentlemen’s Estate Quartet, Sounds Of Distinction e Alliance. Em 1987, com mais dois integrantes, incorporou o nome Take 6 e assinou contrato com a gravadora Warner Bros. No ano seguinte lançou o primeiro CD, que já foi um sucesso. O último trabalho (do qual tirei essa versão de Just In Time) é do CD Feels Good (2006), o primeiro gravado por selo próprio, o Take 6 Records.
A formação do grupo é: Alvin Chea; Cedric Dent; Joey Kibble; Mark Kibble; Claude V. McKnight III (irmão do Brian McKnight); e David Thomas. Mervyn Warren, o produtor musical de Mudança de Hábito 2, chegou a participar do grupo, até 1991, quando passou a dedicar-se apenas à produção. (Foto: Knee Deep - take6.com)

A Música - Just In Time foi composta pelo trio Jule Styne, Betty Comden e Adolph Green, para a trilha do filme Bells Are Ringing (no Brasil: Essa Loura Vale Um Milhão - 1960). A performance ficou a cargo de Judy Holliday e Dean Martin. Confira o original:


Green & Comden - O roteirista e letrista Adolph Green morreu em 2002, após uma reconhecida carreira em musicais da Broadway e, principalmente, marcada pelo filme Singing in the Rain (Cantando na Chuva - 1952), parceria com a atriz e compositora Betty Comden. Durante seis décadas de trabalho conjunto, além da trilha de Bells are Ringing, os dois escreveram nove filmes, entre eles os musicais The Band Wagon (A Roda da Fortuna - 1953) e It´s Always Fair Weather (Dançando nas Nuvens - 1955). Comden faleceu em 2006, aos 89 anos.

Jule Styne - Compôs mais de 1400 músicas para a Broadway e Hollywood. Firmou parceria com Betty Comden, Adolph Green, Stephen Sondheim, Yip Harburg e Bob Merril. Além de Bells are Ringing, ficou conhecido por participações em: Gentlemen Prefer Blondes (Os Homens Preferem As Loiras - 1949); Peter Pan (1954); Funny Girl (Uma garota genial - 1964). Three Coins In The Fountain (A Fonte Dos Desejos - 1954), interpretada por Frank Sinatra, lhe rendeu o Oscar de Canção Original. Styne faleceu em 1994, aos 88 anos.

Sede de quê?

“Nossas almas não estão sedentas de fama, conforto, propriedades ou poder. Estes valores criam muitos problemas quando alcançados. Nossas almas têm fome do significado da vida, ou de aprendermos a viver de tal forma que nossa existência tenha importância, capaz de modificar o mundo ao menos um pouquinho, pela nossa passagem por ele”.
Harold Kushner (rabino)

Giro pelo mundo

Você gosta de parar nas bancas para comparar as manchetes de jornais??? Então não deixe de passar pelo Newseum, o Museu das Notícias. Em Today's Front Pages você encontra não só as primeiras páginas dos jornais brasileiros, como as dos principais jornais do mundo. Clique em "Map" e só de passar o mouse em cima da cidade já aparecerá o jornal respectivo ao lado.
O que considero interessante é que, enquanto estava na faculdade, percebia o quanto a imprensa brasileira está alheia ao que acontece ao "hermanos", ou seja, a tudo que acontece à nossa volta. Porém, ao olhar nas primeiras páginas dos vários jornais da América do Sul, percebo que o Brasil - e seus escândalos - também não figuram na imprensa latina. Talvez no interior dos jornais, mas não no destaque. Mas, como no exemplar de ontem do venezuelano "Últimas Noticias", por lá também existe o "homem da mala" (clique na imagem para ampliar):
Em tempo
A música Corrente de Amor, de Cezar Elbert, fechou de forma muito especial o sábado do Criança Esperança. Confira o clip.

Exaustão

Enquanto uns estão cansados, outros estão exaustos... Não quero entrar no mérito do movimento Cansei, que programa uma manifestação para a próxima sexta-feira. Acho legítima a indignação e espero que haja repercussão. Porém, como todo movimento institucionalizado, nasce, de uma certa forma, corporativista. Eu trabalho no Judiciário e não vi, por exemplo, nenhum dos cartazes da campanha com a frase "Cansei... De advogados corruptores" ou "Cansei... De advogados que enganam e enriquecem às custas de seus clientes". Será que é porque o movimento é coordenado pela OAB?!?!
De qualquer forma, reforço minha esperança de que haja repercussão, indignação e, principalmente, ação. Já escrevi, tempos atrás, sobre a falta de manifestação dos brasileiros, em contraste com o povo que bate as panelas, por exemplo, na Argentina.
Pensando nesse tema e, como hoje é o dia programado para a música da semana, lembrei de uma canção, com letra do Guilherme Kerr Neto e música do João Alexandre, que foi gravada no CD Voz, Violão e algo mais (2000). Se você tiver som, poderá ouvir através do DoxaBrasil Online.

Deixa que eu deixo...

Onde o tesouro, ali o teu coração...
Onde o teu ouro, por certo toda paixão...
Poucos trocados corrompem muita razão...
Vende-se o voto, contrariando a intenção...

Corre o ditado e é tão comum se dizer:
“Cada pessoa, seu preço certo há de ter...”
E a nota verde comanda o teu bem querer...
“Made in Brazil”, Brasília e todo poder...

O que vai sobrar, se fica assim como está,
Alguém já gastou, por certo alguém vai pagar...
Deixa que eu deixo e todos deixam pra lá!
Geme essa gente sem vez nem voz pra falar...

“Quando olhei a terra ardendo,
Qual fogueira de São João,
Eu perguntei, ah!...”

Desafio

Já fiz um "auto-desafio" para postar ao menos uma vez por semana. Não fui muito feliz... E sei que, para um blog, ainda assim é pouco. O problema é que, muitas vezes, ao querer postar todo dia, o blog acaba virando uma espécie de diário, só pela necessidade de adicionar alguma coisa.
Mas, vendo a forma de trabalho do meu amigo Pavarini, do PavaBlog, resolvi normatizar e vou tentar postar três vezes por semana, a partir de amanhã, seguindo o padrão:
3ª Feira: Post Musical (acompanha nova música no DoxaBrasil Online);
5ª Feira: Post Jornalístico;
Sábado: Post "Generalidades" (cultura/humor/esporte/etc).
Claro que, se surgirem outros assuntos interessantes durante a semana, não vou deixar de publicar também. A idéia dos temas é para facilitar o planejamento e criar uma rotina.
Ah! E se você tiver alguma dica, pode enviar para refletir@gmail.com.

Pílulas Maltrapilhas

"O espírito de Caifás é mantido vivo em todos os séculos nos burocratas religiosos que condenam sem hesitação gente boa que quebrou leis religiosas ruins. Sempre por uma boa razão, claro: pelo bem do templo, pelo bem da igreja. Quanta gente sincera já foi banida da comunidade cristã por religiosos ávidos de poder com um espírito tão entorpecido quanto o de Caifás?"

"Um dia um pregador disse a um amigo:
- Acabamos de ter o maior avivamento que nossa igreja experimentou em muitos anos.
- Quantos novos membros vocês acrescentaram ao rol?
- Nenhum. Perdemos quinhentos."

"Estar vivo é estar incompleto. E estar incompleto é carecer da graça."

"Senhor Jesus, somos ovelhas tolas que ousaram pôr-se de pé na tua presença e tentar subornar-te com nossos ridículos portfólios. De repente caímos na real. Sentimos muito e pedimos que nos perdoes. Dá-nos a graça de admitir que somos maltrapilhos, de abraçar nossa condição de alquebrados, de celebrar tua misericórdia quando estivermos em nosso momento de maior fraqueza, de depender da tua misericórdia não importa o que façamos. Querido Jesus, concede que deixemos de nos exibir e de tentar receber atenções, que coloquemos a verdade em prática de modo sereno e sem afetação, que deixemos dissiparem-se as desonestidades de nossa vida, que aceitemos nossas limitações, que nos apeguemos ao evangelho da graça e nos deleitemos no teu amor. Amém."

(Extraído de O Evangelho Maltrapilho.
Além deste livro, Brennan Manning também
escreveu: O Impostor que Vive em Mim,
Acima de Tudo e Convite à Loucura)

Doses Homeopáticas

Semana que vem, se tudo der certo, teremos novidades por aqui.
Enquanto isso, sirva-se de algumas "pílulas" lá na Confraria.
Bom final de semana!

Silêncio

Ainda pensando sobre a reação do amigo Cezar Elbert em relação ao trágico acidente do Vôo 3054 (post anterior), ao colocar o vídeo fiquei imaginando o que fazer com o DoxaBrasil Online, para não dificultar a audição do clip. Pensei na questão do "um minuto de silêncio" e lembrei-me do compositor John Cage.
John Milton Cage Jr. nasceu na cidade de Los Angeles, em 05 de Setembro de 1912. É dele esta obra que está em execução (!) no DoxaBrasil Online agora. E, por incrível que pareça, você participa, mesmo que não tenha áudio no seu computador. ..
O nome da composição é 4'33''. Executada com orquestra pela primeira vez em 1952, a obra causou surpresa, pois consiste em 4 minutos e 33 segundos de silêncio. A "música" seria todos os ruídos provocados pelas pessoas, através de sussuros, cochichos, do espanto e, até mesmo, daqueles que abandonassem o local durante a apresentação. Cage concluiu que o silêncio é um estado de espírito. Sua música é uma exploração do ruído e do silêncio, que também passou a ser uma forma de expressão.
Cage morreu em Nova York, no dia 12 de Agosto de 1992, aos 79 anos.
"Assista" aqui uma das interpretações de 4'33".
E você? Consegue ouvir a música em meio ao silêncio? Aliás, você tem desfrutado de momentos de silêncio? E quais são as suas reações frente ao silêncio? Medo, solidão, desespero? Ou contemplação, solitude, esperança?

Reações

Um acidente como o ocorrido com o vôo 3054 da TAM, em 17 de julho, provoca nas pessoas as mais diversas reações. Eu estava zapeando os canais quando vi o fogo, as chamadas sensacionalistas da imprensa e fiquei pasmo com o que acontecia à minha frente. Minha esposa ficou boquiaberta, sentindo muito mais a dor do que eu. Meu filho mais velho - 10 anos - demonstrou uma preocupação sincera.
Passeando pelo PavaBlog, descobri que o músico Cezar Elbert teve uma reação diferente. Nas palavras do meu amigo Pavarini, Cezar "estava vendo imagens do acidente da TAM na TV. Com o coração doendo, correu até o estúdio e ligou o teclado para drenar os sentimentos. No outro dia, reuniu um grupo de amigos p/ gravar um clip da música".
O músico compôs e fez os arranjos para Corrente de Amor e a gravação contou com a participação de um coral formado por crianças e adultos, entre eles alguns cantores de expressão no mercado cristão. Para assistir, recomendo pausar o DoxaBrasil Online (ao lado direito).

Outra reação, essa da sociedade, vem através do Movimento Cansei.Iinfelizmente, as picuinhas políticas fizeram com que o Cansei já nasça com um movimento antagonista - mas não muito legítimo - o Cansamos. Leia, veja e tire suas conclusões. Mas não deixe de fazer alguma coisa a respeito.

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