A difícil arte da honestidade
Em 5.2.06Época de compra de material escolar, depois da compra de alguns livros, ao chegar em casa minha esposa percebeu que um dos livros (valor em torno de R$ 40,00) na verdade estava grudado em outro igual. Na nota fiscal, constava o pagamento de apenas um, portanto, precisávamos devolvê-lo à loja, até para não prejudicar o vendedor.
Foi o início da saga. Foi feito um contato telefônico. O primeiro desafio é fazer a outra pessoa compreender o que está acontecendo. O mais interessante é que o mesmo diálogo ocorreu, "ao vivo", quando fui devolver na loja:
- Você vai devolver o livro? - pergunta o funcionário da livraria.
- Isso...
- Mas onde está a nota fiscal?
- Não, é que...
- Vai trocar por outro?
- Não, é que...
- Bom, vou chamar o gerente.
- Espere, vieram dois, um grudado no outro...
(Nesse momento, sou atendido por um funcionário, mas pelo menos mais um dois se aproximam para ver o que está acontecendo.
- Ah, então prá devolver o valor eu preciso da nota fiscal e vai demorar...
- Não, você não está entendendo! Eu comprei um livro, paguei por um livro e vieram dois. Só quero devolver o segundo!
- Ah... Mas, se você não pagou, por quê vai devolver???
- É uma questão de honestidade, provavelmente foi um erro do vendedor, não queremos que ninguém seja prejudicado.
A surpresa dos funcionários é evidente, mas, finalmente, o livro é devolvido e pego um protocolo para confirmação. Não sem deixar de perceber alguns olhares, cochichos e risadinhas, no estilo que cara mais bobo!!!
Mais uma vez parei para pensar sobre ética, moral, honestidade. São valores cada vez mais em extinção. O mundo está tão competitivo (vide post abaixo) que os espertos são aqueles que puxam o tapete (com classe e sem vestígios), os que levam vantagem em tudo (sem pensar em quem foi passado prá trás), aqueles que chegam ao topo (pisando em tudo e todos ao seu lado).
Será o fim do mundo???
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