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Country Scotch

Muitos fãs do Dire Straits continuam a curtir a carreira solo de seu fundador - alguns diriam a alma da banda - Mark Knopfler. O escocês com uma forma pessoal de tocar guitarra e sua voz inconfundível segue sua carreira sem o alarde e os mega shows da banda que acabou em meados dos anos 1990.
A música desta semana no DoxaCast é No Can Do, do álbum Golden Heart (1996).

Na tela
Dois ícones das cordas: Eric Clapton e Mark Knopfler executam Layla.


Humor de 1ª na Segunda (58)

Uma tirinha para meu primeiro dia de férias...

Capa da Semana (57)

Primeira página do jornal

Notícias rápidas

Hoje em dia, tudo é muito rápido. Por volta das 19h de ontem (quinta-feira), em sala de aula, dois professores - jornalistas - informaram a morte de Michael Jackson. Ninguém acreditou. Logo, muitos pegaram seus celulares, alguns para ligar em casa, outros para acessar a internet e também houve aqueles - como eu - que aproveitaram a existência de um software para captação de TV analógica para ver o que saía nos noticiários. Houve, também, aqueles que sintonizaram rádios de notícia. Muitas controvérsias. O interessante foi que, ao chegar em casa - agora há pouco - procurando notícias na Internet, percebi que o item do Wikepédia sobre Jackson já estava devidamente atualizado, inclusive com uma nota sobre a morte do astro pop:

Morte

Em 25 de junho de 2009, Michael Jackson foi vítima de uma parada cardiorrespiratória em sua casa, na vizinhança de Holmby Hills, Los Angeles, CA, Estados Unidos. Os serviços de emergência médica socorreram o cantor em sua casa, na tentativa de reanimá-lo. Porém, como Jackson se encontrava em estado de coma profundo, ele foi levado às pressas para o hospital universitário da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Desde sua internação, rumores haviam se espalhado pela imprensa confirmando seu falecimento. Às 2h e 06min UTC-8 de 25 de junho de 2009, o site Los Angeles Times tornou-se um dos primeiros a divulgar a morte do astro. Seu falecimento teve uma repercussão internacional instantânea, sendo motivo de preocupação por parte dos fãs em muitas partes do mundo. Defronte ao hospital da UCLA, muitos fãs do cantor cercaram o prédio à procura de informações sobre a suposta 'morte' de Jackson. Porém, pouco tempo depois da internação de Jackson, sua morte foi absolutamente confirmada.
A morte de Jackson foi confirmada pelo porta-voz do Instituto Médico Legal de Los Angeles, Fred Corral. [1][5][2] Uma posterior análise por peritos e um exame toxicológico serão feitos no corpo do cantor para saber o horário e a razão de sua morte.

Ou seja, hoje em dia tudo caminha muito rápido...

Diploma, um bem supremo?

Supremo decide que é inconstitucional a exigência de diploma para o exercício do jornalismo

Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira, que é inconstitucional a exigência do diploma de jornalismo e registro profissional no Ministério do Trabalho como condição para o exercício da profissão de jornalista.

O entendimento foi de que o Decreto-Lei 972/1969, baixado durante o regime militar, não foi recepcionado pela Constituição Federal (CF) de 1988 e que as exigências nele contidas ferem a liberdade de imprensa e contrariam o direito à livre manifestação do pensamento inscrita no artigo 13 da Convenção Americana dos Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de San Jose da Costa Rica.

A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 511961, em que se discutiu a constitucionalidade da exigência do diploma de jornalismo e a obrigatoriedade de registro profissional para exercer a profissão de jornalista. A maioria, vencido o ministro Marco Aurélio, acompanhou o voto do presidente da Corte e relator do RE, ministro Gilmar Mendes, que votou pela inconstitucionalidade do DL 972.

Para Gilmar Mendes, “o jornalismo e a liberdade de expressão são atividades que estão imbricadas por sua própria natureza e não podem ser pensados e tratados de forma separada”, disse. “O jornalismo é a própria manifestação e difusão do pensamento e da informação de forma contínua, profissional e remunerada”, afirmou o relator.

O RE foi interposto pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Sertesp) contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região que afirmou a necessidade do diploma, contrariando uma decisão da 16ª Vara Cível Federal em São Paulo, numa ação civil pública.

No RE, o Ministério Público e o Sertesp sustentam que o Decreto-Lei 972/69, que estabelece as regras para exercício da profissão – inclusive o diploma –, não foi recepcionado pela Constituição de 1988.

Além disso, o artigo 4º, que estabelece a obrigatoriedade de registro dos profissionais da imprensa no Ministério do Trabalho, teria sido revogado pelo artigo 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969, mais conhecida como Pacto de San Jose da Costa Rica, ao qual o Brasil aderiu em 1992. Tal artigo garante a liberdade de pensamento e de expressão como direito fundamental do homem.

Advogados das partes

Essa posição foi reforçada, no julgamento de hoje, pela advogada do Sertesp, Taís Borja Gasparian, e pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza. A advogada sustentou que o DL 972/69 foi baixado durante o regime militar e teve como objetivo limitar a livre difusão de informações e manifestação do pensamento. Segundo ela, o jornalista apenas exerce uma técnica de assimilação e difusão de informações, que depende de formação cultural, retidão de caráter, ética e consideração com o público.

Em apoio à mesma tese, o procurador-geral da República sustentou que a atual legislação contraria o artigo 5º, incisos IX e XIII, e o artigo 220  da Constituição Federal, que tratam da liberdade de manifestação do pensamento e da informação, bem como da liberdade de exercício da profissão.

O advogado João Roberto Piza Fontes, que subiu à tribuna em nome da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), advertiu que “o diploma não impede ninguém de escrever em jornal”. Segundo ele, a legislação dá espaço para os colaboradores com conhecimentos específicos em determinada matéria e, também, para os provisionados, autorizados a exercer o jornalismo onde não houver jornalista profissional formado nem faculdade de Comunicação.

Segundo ele, o RE é apenas uma defesa das grandes corporações e uma ameaça ao nível da informação, se o jornalismo vier a ser exercido por profissionais não qualificados, assim como um aviltamento da profissão, pois é uma ameaça à justa remuneração dos profissionais de nível superior que hoje estão na profissão.

Também em favor do diploma se manifestou o a advogada Grace Maria Mendonça, da Advocacia Geral da União (AGU). Ela questionou se alguém se entregaria na mão de um médico ou odontólogo, ou então de um piloto não formado. Segundo ela, não há nada no DL 972 que contrarie a Constituição Federal. Pelo contrário, ele estaria em plena consonância com a Carta.

Votos

Ao acompanhar o voto do relator, a ministra Cármen Lúcia disse que a CF de 1988 não recepcionou o DL 972. “Não há recepção nem material nem formal”, sustentou ela. Além disso, a ministra considerou que o artigo 4º do DL contraria o artigo 13 do Pacto de San Jose da Costa Rica.

No mesmo sentido votou o ministro Ricardo Lewandowski. Segundo ele, “o jornalismo prescinde de diploma”. Só requer desses profissionais “uma sólida cultura, domínio do idioma, formação ética e fidelidade aos fatos”. Segundo ele, tanto o DL 972 quanto a já extinta – também por decisão do STF – Lei de Imprensa representavam “resquícios do regime de exceção, entulho do autoritarismo”, que tinham por objeto restringir informações dos profissionais que lhe faziam oposição.

Ao também votar pelo fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, o ministro Carlos Ayres Britto distinguiu entre “matérias nuclearmente de imprensa, como o direito à informação, criação, a liberdade de pensamento”, inscritos na CF, e direitos reflexamente de imprensa, que podem ser objeto de lei. Segundo ele, a exigência do diploma se enquadra na segunda categoria. “A exigência de diploma não salvaguarda a sociedade para justificar restrições desproporcionais ao exercício da liberdade jornalística”, afirmou.

Ele ponderou, no entanto, que o jornalismo continuará a ser exercido por aqueles que têm pendor para a profissão, sem as atuais restrições. Ao votar contra elas, citou os nomes de Carlos Drummond de Andrade, Otto Lara Resende, Manuel Bandeira, Armando Nogueira e outros como destacados jornalistas que não possuíam diploma específico.

Por seu turno, ao votar com o relator, o ministro Cezar Peluso observou que se para o exercício do jornalismo fossem necessárias qualificações como garantia contra danos e riscos à coletividade, uma aferição de conhecimentos suficientes de verdades científicas exigidas para a natureza do trabalho, ofício ou profissão, o diploma se justificaria.

Entretanto, segundo ele, “não há, no jornalismo, nenhuma dessas verdades indispensáveis”, pois o curso de Comunicação Social não é uma garantia contra o mau exercício da profissão.

“Há riscos no jornalismo?”, questionou. “Sim, mas nenhum é atribuível ao desconhecimento de verdade científica que devesse governar a profissão”, respondeu, ele mesmo.

Ele concluiu dizendo que, “há séculos, o jornalismo sempre pôde ser bem exercido, independentemente de diploma”.

O ministro Eros Grau e a ministra Ellen Gracie acompanharam integralmente o voto do relator, ministro Gilmar Mendes.

Último a proferir seu voto no julgamento, o decano da Corte, ministro Celso de Mello, acompanhou o relator do recurso. O ministro fez uma análise histórica das constituições brasileiras desde o Império até os dias atuais, nas quais sempre foi ressaltada a questão do livre exercício da atividade profissional e acesso ao trabalho.

Ainda no contexto histórico, o ministro Celso de Mello salientou que não questionaria o que chamou de “origem espúria” do decreto-lei que passou a exigir o diploma ou o registro profissional para exercer a profissão de jornalista, uma vez que a norma foi editada durante o período da ditadura militar.

Para o ministro, a regra geral é a liberdade de ofício. Ele citou projetos de lei em tramitação no Congresso que tratam da regulamentação de diversas profissões, como modelo de passarela, design de interiores, detetives, babás e escritores. “Todas as profissões são dignas e nobres”, porém há uma Constituição da República a ser observada, afirmou.

Divergência


Ao abrir divergência e votar favoravelmente à obrigatoriedade do diploma de jornalista, o ministro Marco Aurélio ressaltou que a regra está em vigor há 40 anos e que, nesse período, a sociedade se organizou para dar cumprimento à norma, com a criação de muitas faculdades de nível superior de jornalismo no país. “E agora chegamos à conclusão de que passaremos a ter jornalistas de gradações diversas. Jornalistas com diploma de curso superior e jornalistas que terão, de regra, o nível médio e quem sabe até o nível apenas fundamental”, ponderou.

O ministro Marco Aurélio questionou se a regra da obrigatoriedade pode ser “rotulada como desproporcional, a ponto de se declarar incompatível” com regras constitucionais que preveem que nenhuma lei pode constituir embaraço à plena liberdade de expressão e que o exercício de qualquer profissão é livre.

“A resposta para mim é negativa. Penso que o jornalista deve ter uma formação básica, que viabilize a atividade profissional, que repercute na vida dos cidadãos em geral. Ele deve contar com técnica para entrevista, para se reportar, para editar, para pesquisar o que deva estampar no veículo de comunicação”, disse o ministro.

“Não tenho como assentar que essa exigência, que agora será facultativa, frustando-se até mesmo inúmeras pessoas que acreditaram na ordem jurídica e se matricularam em faculdades, resulte em prejuízo à sociedade brasileira. Ao contrário, devo presumir o que normalmente ocorre e não o excepcional: que tendo o profissional um nível superior estará [ele] mais habilitado à prestação de serviços profícuos à sociedade brasileira”, concluiu o ministro Marco Aurélio.

FK/LF

 

 
Confira a opinião de Carlos Nascimento

Retratos & Reflexos (57)


Talento puro

Há quase dois anos Michel Petrucciani aparecia aqui no DoxaCast (relembre). Nesta semana, você curte She Did It Again, música que abre o álbum, Michel plays Petrucciani.

Humor de 1ª na Segunda (57)


Spique veri uél

O dia das piadinhas é amanhã, mas não resisti a postar estes vídeos que satirizam as entrevistas de Joel Santana em inglês - ou uma língua muito parecida.


A façanha já virou até funk!

Capa da Semana (56)

Obama e Bush juntos. Na primeira página
do jornal Washington Times.

Irã, blogs e verdade


Muito se publica, pouco se conhece sobre o Irã. Este filminho traz algumas informações. Entre outras surpresas: metade dos 70 milhões de iranianos são jovens, o que contribui para colocar o país no posto de terceiro maior contingente de blogueiros do planeta. (Via: Blog do Tas)

PS.: Mudando - ou nem tanto - de assunto, você concorda com a posição de Paulo Henrique Amorim sobre o fim da obrigatoriedade do diploma para exercer o jornalismo? Leia e comente.

Retratos & Reflexos (56)

 Ed Motta, by Alisson Louback.
Você encontra meu amigo Alisson aqui e aqui.

Rock sem plugues

A onda de acústicos às vezes produz resultados interessantes. Nesta semana, você curte no DoxaCast o som gravado em 2001 de Rock You Like a Hurricane, clássico da banda alemã Scorpions, que tem quase meio século de estrada.

Humor de 1ª na Segunda (56)

Menos é mais. O simples é o grande segredo. Estas e outras frases traduzem "grandes pequenas" produções como O Sonho de Rino, do Lucas Guedes:

Corpo & Voz

Você conhece algum grupo musical da Eslovênia? Não?
Então curta o som do grupo vocal - e corporal - Perpetuum Jazzile.

E se você acha que esloveno não consegue cantar em português,
confira essa performance de Aquarela do Brasil, com o grupo BR 6:



Mais músicas no MySpace.

Capa da Semana (55)

O Brasil está na primeira página em Portugal. Pelo menos, no jornal Público, de Lisboa, que destacou a escolha do Convento de São Francisco de Assis da Penitência, em Ouro Preto, e do Convento de São Francisco da Ordem Terceira, em Salvador, na votação das 7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo.

Contra-ataque?

O chamado jornalismo independente apossou-se dos blogs como um instrumento para a liberdade de imprensa, por não ter o "rabo preso" com instituições, empresas, etc. Assim, também surgiram as bandeiras de que "qualquer um poderia ser jornalista". Muitos foram contrários a esta idéia. O sindicato dos jornalistas bate firme na tecla de que para exercer a profissão é necessário, ou melhor, obrigatório o diploma. Enquanto isso, jornalistas - diplomados ou não, mas com alguns anos de profissão - são despedidos das redações, dando lugar aos estagiários, recém-formados e, também, a um novo funcionário, sem carteira assinada e sem crachá, com o pomposo nome de ouvinte-repórter, foto-repórter, vc repórter e por aí afora.
Tudo bem, estou fugindo da minha proposta inicial. Desculpe, vou retomar.

O chamado jornalismo independente apossou-se dos blogs como um instrumento para a liberdade de imprensa, por não ter o "rabo preso" com instituições, empresas, etc. Nesta semana, fiquei surpreso com um artigo da Dora Kramer, que tem se espalhado que nem chuva de verão pela internet:


Um tiro certeiro
O Estado de S. Paulo - 10/06/2009

A Petrobrás não dava um tiro tão certeiro no próprio peito desde que alguém teve a ideia de mudar o nome da empresa para PetroBrax, no governo Fernando Henrique Cardoso.
Lá, a intenção era internacionalizar, tirar a marca "bras", de Brasil, de uma empresa global. A mudança, cuja qualificação mais amena recebida foi a de "imbecilidade", sobreviveu dois dias entre o anúncio e o cancelamento do projeto.
Aqui, a justificativa para a criação do blog da estatal é fazer frente aos ditames da transparência por meio de modernos instrumentos interativos de comunicação. Já sobrevive há vários dias, tempo suficiente para fazer história no quesito boçalidade.
Em tese, o blog surgiu para a Petrobrás se antecipar às questões que poderiam vir a aparecer na CPI do Senado, responder às dúvidas da imprensa, manter o máximo de informações possíveis à disposição do público na internet e até para se defender de acusações.
Na prática, logo se revelou uma ferramenta a serviço de uma trincheira na luta sem quartel nem respeito a normas civilizadas contra a imprensa tida como inimiga. Embora devesse se resguardar da atuação política, atuando dentro dos princípios da sobriedade adequada a uma estrutura daquele porte, a direção da empresa optou por se desnudar em praça pública.
Pretendia anular a motivação para a existência da CPI e acabou dando razões de sobra a uma investigação acurada sobre os critérios éticos adotados na condução da administração da empresa. Sendo a ética um valor absoluto, quando não é adotada num caso específico, dificilmente é aplicada de um modo geral.
Recapitulando: a Petrobrás passou a usar o blog para divulgar, e comentar, as perguntas enviadas às empresas pelos veículos de comunicação antes de respondê-las aos interessados. Isso significa apropriação de informações pertencentes a outrem, quebra da relação de confiança e exposição das pautas em andamento, muitas vezes exclusivas.
Em duas palavras, falência ética. O procedimento não é ilegal, argumenta a empresa. Mas é altamente imoral. Algo muito semelhante ao ocorrido com os parlamentares que abusavam das passagens aéreas pagas pelo Congresso argumentando a ausência de proibição do abuso em lei.
Em matéria de tentativa (desastrada) de intimidação não se via nada igual desde que o presidente Luiz Inácio da Silva, de cima dos altíssimos saltos na eleição recente, mandou cancelar a renovação do visto do então correspondente do New York Times, Larry Rother, por causa de uma reportagem sobre os hábitos presidenciais.
Lá, as consequências caíram sobre a cabeça de sua excelência ao revelarem sua personalidade autoritária.
Aqui, os efeitos negativos recairão sobre os ombros da Petrobrás, cuja direção fez mais em termos de lesa-reputação da empresa, que qualquer investigação da CPI poderia fazer.
Revelou a vocação antiética da direção, angariou antipatias e incentivou os jornais, revistas e emissoras a não mais consultarem a área de comunicação da empresa para checar informações, dada a inexistência de segurança em relação ao indispensável sigilo quando a notícia é exclusiva ou carece de sustentação.
Portanto, aumenta-se a margem de erro ao mesmo tempo em que se reduz o espaço da Petrobrás na oitiva do "outro lado".
Além disso, fica a estatal obrigada a responder a todo e qualquer questionamento, mesmo os que não queira, sob pena de desmentir a alegação de transparência.
Perde também o direito de reclamar de eventuais vazamentos de informações, da mesma forma como não pode mais pedir embargo na divulgação de coisa alguma, trato comum quando há algo importante a ser comunicado coletivamente, a partir de determinada hora ou data.
Fica estabelecido que na relação com a imprensa Petrobrás se dá por excluída da proteção constitucional ao sigilo da fonte, pois rompeu unilateralmente esse compromisso. Finalmente, no tocante à CPI, fica garantida a abertura da caixa-preta com todas as informações sigilosas sobre os negócios da empresa.
Tudo aberto, sem restrições, em nome da transparência.

Vou ser sincero. As últimas notícias que li sobre a Petrobrás foi sobre a CPI. Nem sabia do tal blog. Mas, ele está aí: 
http://petrobrasfatosedados.wordpress.com.
Segundo o blog, a finalidade é apresentar "fatos e dados recentes da Petrobras e o posicionamento da empresa sobre as questões relativas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)". Tem recebido o apoio de importantes órgãos, como a ABI e o OAB. Nota da Associação Brasileira de Imprensa, por exemplo, considera que: "O presente confronto entre a empresa e alguns veículos de comunicação tem inegável cunho político, com favorecimento de segmentos partidários que se opõem ao Governo Lula".

É bem verdade que há uma velha briga - talvez desde a primeira reportagem... - sobre aquilo que é dito em uma entrevista e aquilo que é publicado. Além do filtro do repórter, há o filtro do editor, do dono da empresa, etc., etc., etc. Alguns entrevistados optam até por gravar a entrevista, para se proteger. Mais ou menos o que a Petrobras fez nesse blog, ao publicar perguntas e respostas, mesmo aquelas que não foram publicadas (confira um exemplo). Ou, na versão da empresa, "a chamada blogosfera permite uma relação direta entre a fonte divulgadora de informação e leitores, sem a necessidade de filtros, de maneira que a decisão sobre o que interessa de fato ao receptor seja por ele selecionada, na medida em que tem acesso a íntegra das perguntas e respostas".

Segundo o próprio blog, em uma semana foram 145 mil visitas, 31 posts e 1.700 comentários. Além desta ferramenta, criou-se também um perfil no Twitter, até ontem à noite com mais de 1.500 pessoas (confira em http://twitter.com/blogpetrobras).

E, é claro, a criação deste blog gerou polêmica:

- O professor titular de Filosofia e Ética da Unicamp, Roberto Romano classificou o blog da Petrobras de uma ação de "terrorismo de Estado" e acusou o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, de tentar garantir um "passaporte para a impunidade", intimidando a imprensa e o Congresso Nacional, em matéria de O Globo;

- Claudio Weber Abramo aproveita e põe parcela da culpa nas assessorias de imprensa;

- No Observatório da Imprensa, Cremilda Medina e Marcia Blasques questionam: "O processo de produção da reportagem pode ser difundido na internet e exposto ao mercado e à sociedade?";

- Também no Observatório, Luis Weiss chama a atenção para alguns detalhes: 1) A ANJ considera a intenção do blog "intimidatória" e antiética (confira nota); 2) O Secretário Executivo da Secretaria da Comunicação de Governo, Ottoni Fernandes Júnior, havia partido em defesa da estatal, dizendo: "A decisão é de pôr lá [no blog] as respostas e não as perguntas dos repórteres. Se publicassem as perguntas, poderia sim quebrar a liberdade de trabalho de cada um, porque daria a pista para a reportagem que cada jornal está fazendo". E parece que não é bem isso que está acontecendo... (Leia na íntegra)

Pelo pouco que li sobre o assunto, sinceramente, acredito que há acertos e erros nas idéias de quem é contrário e de quem é a favor deste tipo de ação. A atitude de criar o blog é saudável e legítima. Mesmo que tenha um alto coeficiente político, há um resquício de transparência. Porém, revelar as perguntas de um jornalista antes da publicação da matéria é antiético, uma vez que cada empresa trabalha com sua linha editorial e poderia prejudicar a apuração e elaboração dos trabalhos, além de criar um conflito entre fonte de informação e jornalista. Após a publicação, acredito que não haveria tantos problemas. Talvez, assim, o jornalista e o editor pensem um pouco mais antes de tornar uma matéria pública, principalmente no quesito apuração, parte do jornalismo que tem sido deixado de lado nos últimos tempos, em nome da rapidez.

Retratos & Reflexos (55)

Setembro promete!

Satchmo

A voz é inconfundível. O carisma, também. A música, um marco. Louis Armstrong mostrou a cara do jazz no início do século XX.  Nesta semana, você ouve no DoxaCast a clássica Mood Indigo, música de Duke Ellington e Barney Bigard com letras de Irving Mills, na interpretação única de Armstrong, gravada em maio de 1970.

Humor de 1ª na Segunda (55)

(Via: VidaBesta)

Capa da Semana (54)

É inacreditável que em pleno século XXI ainda tenhamos manchetes - e situações - como essa de O Estado do Paraná.

É para rir ou para apresentar?

Quem está acostumado a assistir o canal esportivo ESPN, não vai achar nenhuma novidade. Mas, foi graças ao YouTube e ao pessoal do CQC que a dupla Antero Greco e Paulo Soares ficou conhecida pela sua verve, digamos, humorística, no comando do programa SportsCenter.

Retratos & Reflexos (54)


A foto acima é de Paulo Pires, um dos fundadores do Iris Foto Grupo. 20 anos depois da primeira exposição do Centro Cultural da USP, Paulo é o homenageado na exposição Fotografia em 3 tempos, onde também serão exibidas as fotografias de Eduardo Cleto Pires, o seu filho, e de Amilcar Careli César, ambos docentes da Escola de Engenharia de São Carlos.
A exposição vai até o próximo dia 10 de Junho de 2009, de segunda à sexta, das 9h às 12h e das 13h às 17h (Saiba mais).

Cordas mágicas

Há alguns - poucos - estudiosos que torcem o nariz para uma divisão entre a chamada música erudita e a música popular. Concordo. Acredito que há boa música e música ruim. Ainda que isso seja discutível, pois pode ser um mero ponto de vista ou uma questão de gosto pessoal.
De qualquer forma, há artistas que conseguem aproximar esses dois estilos, tornando a música popular um clássico e fazendo a música erudita tornar-se popular. Baden Powell de Aquino é um desses gênios.
Nascido em 1937, no interior do Rio de Janeiro, Baden foi fortemente influenciado por grandes músicos como Pixinguinha e Donga. Estudou violão e se tornou um virtuose. Em sua caminhada musical conheceu e se aproximou de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, parceiros em composições históricas.
Radicou-se na França, onde viveu mais de vinte anos. Morreu em setembro de 2000, mas sua música continua viva, não só nos registros, como através de seus filhos, o pianista Philippe Baden Powell de Aquino e o violonista Louis Marcel Baden Powell de Aquino.

Na tela
Baden Powell e seu belíssimo Samba Triste em gravação da década de 1960.

Humor de 1ª na Segunda (54)

Se você acha que a estreia de A Fazenda é a grande sensação do momento, ainda não assistiu o primeiro capítulo da Info novel@, mais uma grande obra de Wilson Tonioli.


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